segunda-feira, 1 de abril de 2013

A Revolta da Murta-Que-Geme, pág 6



acertou com uma bola de tênis, também furtada do armário de Estudos dos Trouxas, bem na nuca. Era um golpe perigoso e fatal, mas como a bola estava encantada com um Feitiço Anti-Impactante conjurado por Demelza, Alvo ficou apenas zonzo e caiu de sua vassoura, rolando uns dois metros na grama até parar deitado de bruços no gramado.
– Muito bem parem os testes! – trovejou Erico desmontando de sua Firebolt e caminhando até onde Alvo estava caído. – Alguém me traz uma bolsa com gelo! – Laughalot deu mais uns dez passos e se agachou perto de seu apanhador. Ele esperou que Alvo desvirasse de bruços e ficassem de barriga para cima, assim, Erico lhe estendeu a mão para que, enfim, Alvo conseguisse ficar de pé. – Como está? Lúcido? Grogue? Lembra-se de meu nome?
– Estou vivo e bem, Jonny – respondeu Alvo fazendo força para sustentar as próprias pernas. – Já é um bom começo. Não deixe me esquecer de agradecer a Demelza por ter enfeitiçado as bolas para evitar choques pesados. Acho que ela salvou minha vida. – Alvo coçou a nuca avaliando os estragos causados pela bolada. Já estava crescendo um galo na região atingida.  
– Menos mal. Pelo menos você cumpriu sua parte nos testes... – Erico foi interrompido por Cadu, que chegou trazendo uma bolsa de plástico que congelava e desgelava sozinha. Alvo recebeu a bolsa de gelo e a pressionou na altura da nuca. Houve uma descarga gelada que percorrera toda sua espinha e que ele sentiu até a na altura dos calcanhares. No mesmo instante, o galo (que até então estava latejando como se houvesse um tambor de couro de cabra dentro de sua cabeça) parou de batucar, contudo, ainda tomava sua forma saliente por entre o couro cabeludo de Alvo. – Está dispensado, Alvo. Obrigado pela ajuda.
– Disponha – falou Alvo, mas ele não tinha a mínima vontade de repetir a dose por mais um ano.
O garoto deixou o campo ainda meio bambo, mas com total visão do mundo que o cercava. Ele não iria deixar o campo. Ainda queria ver os testes para goleiro e tirar a dúvida se o novo goleiro estaria no mesmo nível de Nico, o que ele duvidava muito.
No outro lado do campo os testes para a equipe da Lufa-Lufa estavam mais adiantados. Do grande número de alunos que comparecera ao campo para os testes restavam apenas uns cinco ou seis que ainda não haviam concluído as ordens de Summers. Naquele momento o grupo parecia tomado por uma disputa de pênaltis. O capitão defendia os aros, enquanto os aspirantes à vaga deixada por um dos gêmeos McLeod, o qual Alvo não sabia distinguir de seu irmão.
– Ei Potter, belo vôo! – berrou Teseu Flint quando Alvo se juntou ao grupo de sonserinos que assistia aos testes. – É claro que a melhor parte foi quando você caiu!
– Tente não repetir o feito durante o jogo, ok? – falou uma garota mais velha em um tom irônico, facilmente perceptível. – Há dois anos que eu aposto na Sonserina, e espero que não seja você a me fazer mudar meu jogo.
Alvo permaneceu em silêncio. Certamente boa parte daquele grupo fazia parte dos ainda insatisfeitos com a posição dele no assunto relacionado a Ashton Bennett, e a última coisa que Alvo queria era iniciar mais uma discussão sobre aquele tópico que já havia sido finalizado.

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