segunda-feira, 1 de abril de 2013

A Revolta da Murta-Que-Geme, pág 19



O fantasma o olhou com seus olhos brilhosos por entre as lentes de seus óculos. Antes de falar, porém Murta teve de fungar e olhar para cima na tentativa de reprimir suas lágrimas.
– Terei de conviver com essa dúvida, mas só por um tempo, não é? – aquela última parte parecia mais uma ameaça do que uma dúvida.
– Ah, sim, Murta, vou tentar achar o culpado.
Perfeito! – exclamou Colin batendo palmas e se metendo entre Alvo e Murta, antes que ela pudesse achar algum defeito na frase do garoto. – Muito obrigado mesmo, Alvo. Eu te levo até a porta!
Alvo não se atreveu a falar com Colin sobre o ocorrido e sobre Murta enquanto os dois deixavam o banheiro feminino. O fantasma também não parecia querer encarar Alvo, pois talvez temesse que o amigo sonserino tivesse notado que ele gostava do fantasma da garota chorona do banheiro feminino. Não seria de se espantar que algo daquela proporção acontecesse. Afinal, não havia outros fantasmas de jovens bruxos circulando por Hogwarts, e de uma maneira humana, Colin e Murta tinham quase a mesa idade, podendo Colin ser até mais velho que a Murta. Entretanto, quando se cogitava a data de nascimento de ambos os fantasmas, Murta possuía algumas décadas a mais do que o Espectro Guerreiro. Alvo se questionava com relação a Colin, mas e Murta. Será que ela gostava dele? De qualquer forma era meio bizarro para ele todo esse complexo assunto de amor pós a morte. Balançando a cabeça, Alvo tentou mudar seus pensamentos, ainda dentro do banheiro ele perguntou a Colin:
– Como está indo com o lance do Espectro Guerreiro? – perguntou o garoto para o fantasma, sem lhe dirigir o olhar.
– Vai indo – respondeu Colin tentando manter-se meio enigmático. – Eu andei praticando como andar por ai, tentando manter o ar ao meu redor mais misterioso, ou algo parecido. Passei boa parte do verão nesse projeto. Sabe, tentar fazer o que fiz no ano anterior quando você estava no Memorial de Hogwarts com o Prof Monomon e Mylor.
– Se você repetir aquilo é bem capaz de alguém ficar resfriado! – disse Alvo se lembrando com clareza nos detalhes como foi quando Colin tentou assustar o professor enfeitiçado pela Maldição Imperius.
– Eu sei. Estou tentando diminuir as doses de frio, mas gostaria de continuar a apagar os archotes. Acho que foi um ponto positivo! – ele arriscou um sorriso.
– E quantas pessoas te viram ou já te chamaram de “Espectro Guerreiro”?
– Contando com você, Rosa, Escórpio, Mylor, o Prof Monomon e a Murta? – Alvo sentiu que Colin flutuava de uma maneira mais nervosa. – Oito.
Alvo revirou os olhos.
– E quem foram as duas pessoas sem falar nos cinco que presenciaram sua aparição no semestre passado e a Murta?
Colin oscilou, mas respondeu:
– Os retratos de Dumbledore e Snape.
– Eles não contam! – exclamou Alvo. – Então, só nós? Qual é! Você não falou com ninguém mais?! Vamos, lá embaixo está cheio de gente, e acho que os grifinórios vão gostar de saber que você se candidatou para a vaga de Nick-Quase-Sem-Cabeça!
Colin parou.

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