segunda-feira, 1 de abril de 2013

A Revolta da Murta-Que-Geme, pág 16



– Não me interessa como! Se a Murta conseguiu ligar, você desliga!
Alvo esticou as mãos para fazer com que a água parasse de bater em seu corpo. Por uns poucos instantes sua força e pressão pareciam mais fortes e com isso, cada segundo com ela batendo em seu peitoril parecia que tinha uma espada perfurando sua carne. Finalmente Colin, ou qualquer outro, conseguiu fazer com que o jato parasse.
Completamente ensopado, gotejando como um cristal de gelo no meio do verão, tendo as mãos vermelhas devido ao impacto delas com a água e acabado de tomar o mais gelado banho de sua vida, Alvo cuspiu para longe toda a água que enchera sua boca, o que o fez parecer uma estátua de um cupido em um chafariz. Jogando os cabelos para trás e piscando para tirar a água dos olhos, ele tateou no chão alagado, procurando por sua varinha. Depois de já tê-la encontrado, Alvo seguiu seu caminho até o banheiro feminino, onde Colin flutuava próximo ao chão.
Se Alvo não soubesse que a Câmara Secreta de Slytherin estivesse embaixo de seus pés, ele nunca diria que aquele banheiro guardava sua passagem. Era apenas um banheiro de ladrilhos bem iluminado pelas janelas, vitrais e archotes que ainda queimavam mesmo com toda aquela água jorrando de todos os cantos. Acenando a varinha, Alvo utilizara a magia para fechar todas as torneiras que enchiam as pias entupidas com papel higiênico e que transbordavam abrutalhadamente. Todas estavam abertas, exceto uma. Essa uma que Alvo sabia ser falsa e enferrujada que nunca se abria e que continha uma serpente gravada na lateral da torneira. Era ela que abria a passagem para a câmara de Slytherin, a qual ele sabia ter sido construída pelo Caçador de Destinos.
– Mais um! – gritou uma voz feminina desconhecida bastante irritada e revolta. – Vocês não sabem ler não?! Esse é o banheiro das meninas! E só as meninas podem entrar nele!
Alvo girou nos calcanhares e viu a figura fantasmagórica de uma garota sentada em um dos boxes do banheiro.
Você? – fora a única coisa que ele conseguira falar. – É você a Murta-Que-Geme? Você não disse que ela era assim, tão, eh...
– Não é educado falar mal das pessoas quando elas estão ouvindo! – recriminou a garota fantasma se erguendo do boxe e flutuando, ainda mais irritada, para perto de Alvo. – E ainda mais se estiver fingindo que ela não está por perto! Mesmo... – ela mudou seu estado de ânimo, ficou mais frágil, sensível e sentimental – Mesmo que a coitada da Murta já esteja acostumada a ser ignorada. – Ela fungou forte e fingiu enxugar uma lágrima com o dedo branco-pérola. – Mesmo quando eu era viva, elas costumavam me ignorar, e agora, depois de morta, elas ainda me ignoram. Quase ninguém vem nesse banheiro.
– Olha, eh, Murta, eu lamento. Lamento muitíssimo que as garotas não queiram vir no seu banheiro, mas – Alvo olhou para Colin, tentando pedir ajuda somente com o olhar, mas o fantasma parecia não querer entender a expressão de Alvo – isso não é motivo para você dar um ataque de nervos e inundar o corredor todo.
– E você acha que eu fiz tudo isso só porque sou ignorada? – ela gemeu e se distanciou de Alvo. Flutuando para além dos boxes, sentando-se agora em uma janela circular, grande o bastante para passar a cabeça de um dragão por inteira. Ela

Nenhum comentário:

Postar um comentário