segunda-feira, 1 de abril de 2013

A Revolta da Murta-Que-Geme, pág 15



Antes mesmo de chegar ao banheiro feminino, já dava para ver os estragos provocados pela Murta-Que-Geme. Boa parte dos corredores estava alagada, ou se não estavam, filetes de água escorriam pelos cantos, molhando todos os tapetes extensos pelo chão. Quando Alvo estava a poucos passos da entrada para o banheiro feminino, uma coisa o deteve, e ele ficou extremamente assustado quando encarou aqueles olhos amarelos o fitando. A cor de seu rosto deveria ter ficado tão branca quanto a de Colin.
Ninguém nunca gostava de esbarrar com Madame Nor-r-ra, a gata do Filch, pelos corredores. Ela era como uma espécie de olhos e ouvidos extensos do zelador, que conseguia chamá-lo em uma velocidade consideravelmente curiosa. E mesmo sendo apenas uma gata velha de coloração cinzenta, que mais parecia um pano emplumado velho, e que havia sido petrificada há décadas atrás, ela conseguia delatar com precisão quem cometera tão infração para seu dono. E certamente, ver aquela gata, naquele momento em especial, era a última coisa que Alvo queria.
– Eu correria se fosse você – aconselhou Colin que também mirava a gata que andava com passos calculados para evitar seu contato direto com a água, possivelmente gelada, que vinha do banheiro. Mesmo estando atenta aonde pisava, Madame Nor-r-ra mantinha os olhos em Alvo. – Embora ela e Filch sempre tenham protegido os sonserinos.
– Comigo é diferente – disse Alvo com rispidez, sentindo um arrepio ao encarar a gata. – Filch me odeia por ser filho de meu pai. E se ele me odeia, ela também. Vou seguir seu conselho Colin... Rápido, vamos dar no !
Alvo correu mais um minuto e meio, até escorregar em uma poça d’água e sair deslizando até a entrada do banheiro. Ao se levantar, ele sentiu a água escorrer por entre suas vestes e molhar lugares que ele preferia manter secos. Também sentia as mangas e as dobras das vestes gotejando.
– Poderia ser pior – disse Colin tentando reconfortar a Alvo.
– Ah, é mesmo? Eu não vejo como! – retorquiu Alvo, começando a ficar furioso com o fantasma. Ele deu mais uns passos cautelosos para mais perto da porta e sacou sua varinha. Do vão da porta e de todos os seus cantos brotava água, que escorria velozmente para o chão e inundava ainda mais os corredores. Alvo colocou sua mão esquerda sobre a porta e sentiu que ela vibrava, alguma coisa estava se chocando contra ela pelo lado de dentro. – Colin, atravesse a porta e veja se a Murta está fazendo alguma coisa de pior com o banheiro – o fantasma assentiu e atravessou a madeira de pinho como se ela não existisse. – Lá vou eu... Alohomora!
Alvo não precisou girar a maçaneta para abrir a porta. Assim que as trancas da porta se abriram e ela oscilou, o que estava se chocando com ela por dentro fez mais força e a escancarou com um estrondo.
Um forte jato de água geladíssima irrompeu do banheiro feminino e acertou Alvo bem no meio do peitoril. A pressão era tanta que ele balbuciou para trás enquanto seu corpo todo tremia de frio. A varinha escorreu pelos dedos e suas vestes grudavam mais em seu corpo gelado. Mesmo tendo de suportar todo o frio e aquele jato lhe banhando até os ossos, Alvo reuniu forçar para gritar:
Colin! Faça alguma coisa para essa droga parar!
– Como? Sou só um fantasma! – gritou ele, de algum lugar, em resposta.

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