segunda-feira, 1 de abril de 2013

A Revolta da Murta-Que-Geme, pág 14



– Eu estou bem, mas também não estou – Colin não parava de olhar para os cantos, talvez à procura de um aspirador. – Quero dizer, o problema não é comigo, mas pode ser. Sabe, você já ouviu falar na Murta-Que-Geme, a fantasma do banheiro feminino do segundo andar?
Alvo assentiu, era difícil não saber sobre quem Colin se referia.
A Murta-Que-Geme era a fantasma que residia no banheiro feminino do segundo andar. O fantasma da garota vive no banheiro, pois foi por lá que ela faleceu há décadas atrás, vítima da olhada sinistra e fatal do basilisco de Salazar Slytherin, comandado na época pelo jovem e nefasto Tom Riddle. Murta também ficou famosa por entre as conversas da família Potter pelo fato do fantasma da garota ter tido uma quedinha por Harry e por se mostrar muito simpática e menos chorona quando se encontrava com ele.
– Mas, – continuou Alvo encarando Colin meio tenso – o que tem a ver Murta com essa sua cara de leitão em dia de feira?
– Ela está irritada, uma pilha de nervos! – certamente se Colin fosse vivo, ele estaria arfando. – Não sei ao certo por que motivo, ela não para de gritar, chorar e espernear.
– Tudo bem, mas o que está me contando isso? E eu achava que o banheiro dela estava interditado! – Alvo não estava gostando do rumo que a conversa estava tomando. Por cima do ombro, ele olhou para a porta da Sala de Troféus. Tão perto, mas tão longe...
– Não, não está. Mas como ela o assombra, quase nenhuma garota vai lá. Bem, o que eu queria era um favor seu. Eh, o que sempre andaram dizendo por ai foi que a Murta sempre ficava mais alegrinha quando estava junto de seu pai – começou Colin tentando transparecer menos nervoso. – Eu pensei, bem, como ela está nervosa agora, e você se parece com ele... Não seria nada de mais dar um pulinho lá e tentar acalmar a pobre da Murta.
– Colin.. Ah, eu não... Estou meio ocupado... – seu olhar não desgrudava da porta da Sala de Troféus. De repente, um forte barulho de uma coisa estourando sacolejou a estrutura do castelo de Hogwarts, em seguida dava para ouvir que em algum lugar água estava sendo jorrada.
– Essa não! – gritou Colin deslocando seu corpo flutuante para longe de Alvo olhando para além do corredor, onde o barulho ficava mais forte. – Acho que ela nunca deu um ataque desses. Nem no meu primeiro ano quando a Câmara Secreta foi aberta.
– Tudo bem, Colin – falou Alvo em por entre um gemido, já prevendo que não iria gostar nem um pouco de ter que acalmar a fera que se mostrava a Murta-Que-Geme.
– Muito obrigado, Al! – agradeceu Colin abrindo um sorriso branco e transparente. – Sabia que poderia contar com você! Rápido, me siga!
O problema de se seguir um fantasma é que eles parecem esquecer que somente eles conseguem voar e atravessas objetos sólidos. Por mais de uma vez, Alvo teve de chamar a atenção de Colin, pois o amigo fantasma o deixava encurralado ou perdido quando atravessava uma parede sólida distraidamente, ou saia flutuando pelos corredores em uma velocidade que Alvo não conseguiria superar, ou até mesmo igualar, nem que fosse um velocista profissional.

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