– Eu estou bem, mas também não estou – Colin não
parava de olhar para os cantos, talvez à procura de um aspirador. – Quero
dizer, o problema não é comigo, mas pode ser. Sabe, você já ouviu falar na
Murta-Que-Geme, a fantasma do banheiro feminino do segundo andar?
Alvo assentiu, era difícil não saber sobre quem
Colin se referia.
A Murta-Que-Geme era a fantasma que residia no
banheiro feminino do segundo andar. O fantasma da garota vive no banheiro, pois
foi por lá que ela faleceu há décadas atrás, vítima da olhada sinistra e fatal
do basilisco de Salazar Slytherin, comandado na época pelo jovem e nefasto Tom
Riddle. Murta também ficou famosa por entre as conversas da família Potter pelo
fato do fantasma da garota ter tido uma quedinha por Harry e por se mostrar
muito simpática e menos chorona quando se encontrava com ele.
– Mas, – continuou Alvo encarando Colin meio tenso
– o que tem a ver Murta com essa sua cara de leitão em dia de feira?
– Ela está irritada, uma pilha de nervos! –
certamente se Colin fosse vivo, ele estaria arfando. – Não sei ao certo por que
motivo, ela não para de gritar, chorar e espernear.
– Tudo bem, mas o que está me contando isso? E eu
achava que o banheiro dela estava interditado! – Alvo não estava gostando do
rumo que a conversa estava tomando. Por cima do ombro, ele olhou para a porta
da Sala de Troféus. Tão perto, mas tão longe...
– Não, não está. Mas como ela o assombra, quase
nenhuma garota vai lá. Bem, o que eu queria era um favor seu. Eh, o que sempre
andaram dizendo por ai foi que a Murta sempre ficava mais alegrinha quando
estava junto de seu pai – começou Colin tentando transparecer menos nervoso. –
Eu pensei, bem, como ela está nervosa agora, e você se parece com ele... Não
seria nada de mais dar um pulinho lá e tentar acalmar a pobre da Murta.
– Colin.. Ah, eu não... Estou meio ocupado... –
seu olhar não desgrudava da porta da Sala de Troféus. De repente, um forte
barulho de uma coisa estourando sacolejou a estrutura do castelo de Hogwarts,
em seguida dava para ouvir que em algum lugar água estava sendo jorrada.
– Essa não! – gritou Colin deslocando seu corpo
flutuante para longe de Alvo olhando para além do corredor, onde o barulho
ficava mais forte. – Acho que ela nunca deu um ataque desses. Nem no meu
primeiro ano quando a Câmara Secreta foi aberta.
– Tudo bem, Colin – falou Alvo em por entre um gemido,
já prevendo que não iria gostar nem um pouco de ter que acalmar a fera que se
mostrava a Murta-Que-Geme.
– Muito obrigado, Al! – agradeceu Colin abrindo um
sorriso branco e transparente. – Sabia que poderia contar com você! Rápido, me
siga!
O problema de se seguir um fantasma é que eles
parecem esquecer que somente eles conseguem
voar e atravessas objetos sólidos. Por mais de uma vez, Alvo teve de chamar a
atenção de Colin, pois o amigo fantasma o deixava encurralado ou perdido quando
atravessava uma parede sólida distraidamente, ou saia flutuando pelos
corredores em uma velocidade que Alvo não conseguiria superar, ou até mesmo
igualar, nem que fosse um velocista profissional.
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