segunda-feira, 1 de abril de 2013

A Revolta da Murta-Que-Geme, pág 1



Capítulo Treze
A Revolta da Murta-Que-Geme
A
quele novo protetor contra balaços estava incomodando um pouco. Fosse porque ele não era exatamente feito sob medida para o porte físico de Alvo ou fosse porque o garoto não sabia ao certo se o havia colocado da maneira mais adequada. Mesmo com aquela irritante vontade de coçar a área pinicando, Alvo tinha de se concentrar em sua Thunderstorm e ajudar Erico Laughalot o máximo possível durante os treinos para o ingresso dos novos jogadores na equipe de Quadribol da Sonserina.
O tempo estava razoavelmente instável e com uma leve brisa refrescante que adornava a grama e fazia com que os chapéus e vestes de cada sonserinos naquele campo feio e pobre de quadribol, se agitassem. Como de costume as arquibancadas do campo de quadribol estavam nuas, apenas com suas estacas de madeira cruzadas esculpindo as armações. Alvo olhava para o céu, tentando ver alguma figura por entre as contorções e formações brancas e cinzas das nuvens. Ele viu algo semelhante a um bebê dragão, a um pomo de ouro e uma xícara de café, embora tivesse de usar toda sua imaginação para associar o que via ao que pensava. Abaixando os olhos ligeiramente ele via a pequena platéia que se agrupava alegre e cheia de expectativas nas arquibancadas. A maioria presente eram amigos dos que tentavam uma vaga para a equipe. Todos com jaquetas e camisas de mangas para se unirem naquele primeiro dia do outono.
Erico Laughalot conduzia seu grupo de testados até o centro do campo. Ao seu lado estavam Demelza Willians e Stuart Beetlebrick para também darem apoio a Erico, que durante os primeiros minutos no campo, mostrava uma expressão de completo desagrado e desconforto.
Alvo se aproximou mais do capitão, ao lado de Cadu Branstone que também tivera problemas com o protetor peitoral feito de couro.
– Os testes para a equipe deste ano serão um tanto diferentes. Haverá alguns motivos para tal e o principal deles é que, neste ano, não procuramos uma nova equipe para a Sonserina, mas apenas dois jogadores para duas vagas específicas – o discurso de Erico foi mais breve em sua proclamação do que no ano anterior. Talvez fosse porque não havia necessidades para prolongá-lo mais com palavras exuberantes e complexas, como o capitão gostava de falar, mas poderia ser também pelo motivo que desagradava a ele. – Peguem suas vassouras e depois eu explicarei o que devem fazer.
Enquanto os aspirantes a uma vaga na equipe de quadribol lutavam pelas melhores vassouras dentre as obsoletas Nimbus e Cleansweep, Alvo se dirigiu a Erico no intuito de saber o que desagradava o capitão.
– Como a Profª Vector pode fazer isso? – Erico se perguntava sozinho, como um biruta. – E pior, como o Prof Slughorn pode aceitar isso?
– Algum problema? – Alvo perguntou meio despretensioso, fingindo não ligar muito com o que Erico falava com seus ombros e dando a impressão de que estava mais interessado em ajustar o apoio para os pés de sua vassoura.

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