Infelizmente, Rosa não obteve o apoio de que
necessitava.
– Tem algum feitiço aqui para poder fazer
transformações parciais no rosto da pessoa? – perguntou Escórpio interessado,
espichando o pescoço para dentro do livro bem ilustrado e com imagens mágicas
que se movimentavam mostrando o exato movimento com a varinha que se deveria
fazer e a execução completa e perfeita da azaração. Ambos garotos ficaram
estudando as páginas do livro por uns minutos, ignorando completamente a
presença e o olhar desapontado de Rosa.
Pelo menos até o final do almoço daquele dia mais ninguém
além de Amélia Panonia havia descoberto que havia sido Alvo quem impedira
Ashton Bennett de ser acovardado por Urquhart e Warrington.
Alvo tentava pensar o menos possível nesse assunto
e em seu dilema com relação a incriminar ou não Sara durante seus tempos em
aula.
O rodízio de alunos da aula de Tecnomancia do Prof
King havia mudado. Agora os alunos da segunda série da Sonserina tinham aula
junto com os da primeira série da Corvinal, sétima série da Grifinória e
terceira série da Lufa-Lufa. A aula de King não destoou muito de seu antigo
padrão do ano anterior, apesar de que agora os alunos tinham de copiar mais e
mais palavras e teoremas ditados pelo professor e assimilar em um tempo mais curto
todas as leis e regras sobre a aparatação e a desaparatação. O professor havia
conseguido um alvará com o Sr Dolohov que o possibilitava desarmar as defesas
Anti-Aparatação em duas áreas circulares demarcadas por giz de cera, onde o
professor convocava os alunos da Grifinória para aparatarem e desaparatarem de
um lado para o outro. Havia sons de admiração a cada vez que um menino ou uma
menina sumiam da “Área A”, como chamava King, e apareciam na “Área B”, em menos
de um triz de segundo.
– Ainda bem que estamos fazendo esses exemplos com
alunos do sétimo ano – comentou King assim que Sabrina Hildegard ressurgiu na
Área B após desaparatar. – Não sei se voltariam a me dar essa liberação se
algum aluno estrunchasse.
– Senhor, – pediu um garoto da Lufa-Lufa chamado
Carson e com a permissão concedida por King prosseguiu com sua pergunta – mas
eu sempre pensei que estrunchar fosse algo cômico, engraçado. Dizem que as
vezes uma pessoa aparata, mas alguns de seus membros ficam pelo caminho. Não
seria algo que não se deve temer?
– Receio, Sr Carson, - afirmou o Prof King sem
cerimônias – que sua posição sobre estrunchamento esteja incorreta. Não seria
nada agradável ou cômico ver uma pessoa se desdobrando em dores, tendo suas
entranhas a mostra, banhada de sangue devido a um erro em sua aparatação. O
estrunchamento pode ser uma casualidade de alguém que tenha perdido seu foco.
Há casos em que uma perna fica pelo caminho e é possível fazer cócegas em seu
dono por seu intermédio. Na verdade, Sr Carson, reformulando minha frase dita
originalmente, sua posição está incorreta quando
se leva em consideração um todo.
– Mas senhor, – a pergunta da vez vinha de uma
menina de cabelos ruivos – como haveria tempo para uma pessoa estrunchar se a
aparatação é um fato instantâneo e espontâneo? Não haveria tempo para tal.
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