transbordavam litros de curiosidade e interesse.
Era uma bela visão da garota com sua aura indagadora e sábia.
Alvo não pode negar essa explicação aos seus
melhores amigos. Detalhadamente ele narrou para Escórpio e Rosa como, por pura
sorte, ele ouvira Capper e Vaisey conversando sobre a emboscada armada para
amedrontar Ash. Alvo os poupou dos detalhes mais amplos da conversa e se adiantou
para a parte em que ele convocava os sanitários a atacarem os dois sonserinos.
Escórpio se alegrou com a narração de como os turbilhões de água suja avançaram
contra Vaisey e como Capper acabara com um novo cordão em forma de acento. Em
seguida ele passou para a sala de aula onde Urquhart e Warrington estavam com
Ash (ele apenas mencionou a aparição dos outros alunos da Sonserina como
vigias). Rosa não pode deixar de mostrar seu espanto e sua perspicácia com
relação à forma e a maneira em que os sonserinos dominaram o complexo ao redor
da sala em questão. Alvo contou o que ouvira da boca de Castor Urquhart e logo
disse o porquê de ter petrificado os alunos pelas costas. Rosa ameaçara o
censurar, mas Alvo logo a cortou, emendado mais uns fatos pouco importantes.
Por fim ele contou como havia sido salvo por Sara que aparecera vinda de uma
passagem secreta, e de como a garota se prontificara a receber a culpa pelo
salvamento de Ashton.
– Ela foi realmente muito corajosa – disse Rosa
logo após Alvo ter terminado as narrações. – Me admira que ela não tenha ido
para a Grifinória. Francamente, não vejo motivos para Sara Aubrey estar na
Sonserina.
– Sara é muito ambiciosa – contou Alvo. – Já
planejou toda a sua vida depois de se formar em Hogwarts. E eu tenho pena de
quem tentar mudar os rumos que ela traçou.
– E agora, como é que vai ser? Os sonserinos já
desconfiaram de você? – perguntou Escórpio, talvez com um ligeiro temor da
fúria da Sonserina. – E você pretende incriminar Aubrey pelo salvamento?
Alvo não respondeu a pergunta em seguida. Não
havia planejado muito sobre como deveria agir caso fosse afrontado ou
questionado com relação ao salvamento de Ashton. Sara pedira para que ele a
incriminasse, mas não seria justo que toda a ira da Sonserina recaísse sobre ela,
ainda mais sabendo que Sara só se metera na confusão para ajudá-lo. Não era um
dilema fácil de se resolver, ambos os lados o levariam para um caminho cheio de
pesares e fatos que o fariam se arrepender de suas escolhas. Verdadeiramente
não foi uma resposta fácil de se dar, mas Alvo tentou mostrar confiança e dizer
tudo, mesmo que não dissesse nada ou que não fizesse nenhum sentido.
– Bem, Sara disse que eu poderia dizer que foi
ela, não foi? Mas, não seria certo a incriminá-la, estou certo? Entretanto, não
posso levar toda a culpa pelo fato – Alvo nunca pensou que pudesse gaguejar
tanto enquanto formulava uma frase.
– Não entendi nada – afirmou Escórpio coçando o
cocuruto.
– Nem eu – disse Rosa, também mostrando a mesma
dúvida.
– Então está perfeito! Não era mesmo para ninguém
entender – Alvo sorriu, tentando fazer com que aquele assunto fosse deixado
para trás, assim como seus passos que ecoavam pelo corredor pouco movimentado.
– Nem eu mesmo entendi o que disse.
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