em quando Dumbledore era o diretor), os almoços e
os jantares contavam com uma cerimônia de que cada mesa continha apenas os alunos
de suas respectivas casas. No entanto, agora nos tempos mais modernos onde Alvo é o aluno, já se tornara de grande
prática a miscigenação de alunos de diferentes casas pelas mesas. E claro que a
grande maioria ainda permanece a casa sob a qual a bandeira os guarda, mas já
se tornou mais comum o aparecimento de diferentes vestes em cada mesa.
A janta foi bem farta, com uma grande variedade de
sopas e caldeiradas para esquentar o corpo que sofria com as baixas
temperaturas do lado de fora. A chuva voltou a cair do céu, enlameando toda a
escola e tornando as saídas do castelo uma grande tortura. Naquele momento o
teto do Grande Salão se mostrava tão escuro quanto estar de olhos fechados, e
nuvens muito densas e raivosas com decorrentes trovoadas.
Entretanto, Alvo passou boa parte do jantar com a
incômoda sensação de estar sendo vigiado. Ele comeu com naturalidade e conversou
com seus amigos como sempre fazia, mas sempre com uma pulga atrás da orelha e
sentindo como se pares de olhos o seguissem a cada momento do jantar. Seria algum aluno da Sonserina? Alvo
pensava, mas toda vez que ele espiava rapidamente para a mesa de sua casa, não
encontrava ninguém surpreso ou o encarando. Poderia
ser o Prof Buttermere. Sim! Talvez o professor de Defesa contra as Artes
das Trevas o estivesse analisando para tentar descobrir um ponto fraco para
explorá-lo durante sua próxima aula.
O jantar acabou como sempre, com todos os alunos
fartos de tanta comida e com as pálpebras pesadas. Entretanto, ainda havia
assuntos a serem tratados e por isso a barulheira que retumbava pelos
corredores só foi diminuindo conforme os grupos de alunos iam se separando.
Cada um para sua respectiva sala comunal. Alvo seguiu os demais sonserinos até
as masmorras. Ele queria ir logo dormir, pois teria um dia agitado na manhã
seguinte (Alvo torcia insistentemente para que a chuva diminuísse). Com seu
grande desejo de chegar logo na sala comunal, Alvo pegou um atalho que chegava
mais rapidamente até a porta protegida pela serpente de latão sem o olho. A
passagem ficava oculta por uma tapeçaria e era estreita, cabendo somente uma
pessoa de cada vez. Havia um rápido lance de escadas e duas curvas para a
direita até que se chegasse na saída, uma elevação rochosa em forma de tampa de
esgoto que dava bem à frente da passagem protegida pela serpente.
Alvo não pestanejou em dizer seu nome, sua série e
a senha para a serpente antes de encaixar seu anel de passagem no olho cego da mesma.
Ele foi o primeiro a chegar na sala comunal. Não ouvia quase nada, a não ser os
chiados vindos dos quadros dos herdeiros de Slytherin e os burburinhos ainda
distantes dos alunos que se encaminhavam para a sala comunal. Alvo foi seguindo
seu caminho devagar, com os ouvidos apurados a aproximação dos alunos.
Entretanto, sua audição ligeiramente apurada detectou um fato curioso que não
tinha nada a ver com os demais alunos que seguiam seu caminho. Foi estranho,
algo como captar um ligeiro distúrbio com um sonar. Mas Alvo não ouviu o baque
da porta se fechando e as trincas secretas do interior da porta se trancando. O
garoto, durante vinte e três segundos e meio, não achou aquele fato importante,
mas logo sua opinião mudou quando um barulho muito mais alto tomou o ar,
enchendo seus ouvidos e o fazendo recuar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário