–
Ele até que se comportou bem – falou Erico Laughalot se aproximando de Alvo. –
Esperava que saísse correndo chamando pela mamãe.
–
Vocês deveriam ser menos cruéis com o garoto! – reclamou Sara Aubrey olhando
fixamente para Erico, que não gostou muito de ser repreendido por outra garota.
– Ele não é culpado por ter sido colocado aqui! Ele não pediu para o chapéu e
se o fez não tinha a mínima idéia de que estaria quebrando um padrão de pureza
que persiste por milênios. Deve haver uma boa razão para o Chapéu Seletor tê-lo
colocado na Sonserina. Talvez o garoto tenha mais ambição que muitos de vocês!
–
Fique calma ai, Sara! – esbravejou Erico se afastando dela. – Foi só uma brincadeira
que fizemos com o moleque novo.
–
Chutar sua bunda para fora daqui! –
ela repetiu com amargura das próprias palavras. Seus olhos se voltaram para
Dingle, que deu de ombros.
–
Eu me empolguei – defendeu-se. – Ora, é o que mais da metade aqui quer! E você
sabe que todos nós sofremos alguma gozação quando chegamos aqui. Eu me lembro
que em meu segundo ano, Libato Derrick fazia muito pior a cada semana. E você
se lembra de Tamara Bletchley – Dingle parecia ter atiçado Sara, porque o corpo
da garota tremeu como se houvesse recebido uma descarga elétrica. – O garoto
tem que sofrer um pouco!
–
Você realmente acha que Sara tem razão? – perguntou Alvo cochichando com Ralf
Dolohov conforme eles subiam as escadas em direção aos dormitórios, o de Ralf
ficava um lance acima. – Que ele pertence à Sonserina? Que há um lugar para
ele?
–
Pela minha experiência pessoal acho que sempre haverá um lugar para ele – arfou
Ralf já cansado de tanto subir. – Em meu caso eu tive de pagar um preço por manchar o nome da casa, mas no fim tudo
foi esclarecido. Algo me diz que o mesmo raio que caiu em mim não vai cair
nesse garoto. Talvez eles esqueçam. A tensão das aulas sempre faz a poeira
baixar. E deve haver um propósito, claro, para ele ter sido mandado para a
Sonserina.
–
Hagrid sempre diz que a razão está com o Chapéu Seletor – disse Alvo se
lembrando das palavras do amigo gigante como se ele as sussurrasse naquele
momento em seu ouvido. – Diz que ele nunca se engana. Acho que Bennett não
seria sabedor o suficiente para enganar o chapéu.
–
Na idade dele, sem saber sobre magia – Ralf contou os votos contra a capacidade
de Ashton. – Concordo com você.
Alvo se separou de Ralf e
seguiu para seu dormitório, que agora exibia uma plaquinha de madeira
endereçando “2° Ano”. Ele abriu a porta
e se lembrou de como era dormir em um ambiente escuro cercado de cabeças de
criaturas empalhadas. Não havia mais ninguém no dormitório a não ser ele. O
silêncio só era perturbado por sua respiração e pelo chacoalhar das águas do
Lago Negro que dançavam com a pesada chuva que ainda castigava os terrenos da
escola. Alvo se meteu por baixo de suas
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