cobertas
verdes, fechou as cortinas verdes que contornavam sua cama e dormiu ao som das
gotas da chuva batendo nas águas do lago como marteladas em pregos.
Na
manhã do primeiro dia de aulas em Hogwarts, Alvo não tardou em procurar Rosa e
Escórpio após o café da manhã para contar a eles como foi a recepção do menino
Ashton Bennett na sala comunal da Sonserina. A expressão de Rosa não ficou
muito diferente do que Alvo imaginara momentos antes de pensar em contar o fato
aos amigos. Ela ficou séria e reprovou cada atitude cometida pelos sonserinos
com uma sonora reclamação, que soltava a cada duas palavras que Alvo narrava. A
única atitude que Rosa concordou foi a de Sara Aubrey em proteger o menino. Já
Escórpio não reclamou de nada, somente riu das partes mais engraçadas e
precisou parar de andar para limpar os olhos que lacrimejaram quando Alvo
contou que Bennett foi direcionado para o dormitório das meninas e caíra no
tobogã como uma criatura de três pernas.
–
No dormitório das garotas! – esbravejou ele apoiando as mãos nos joelhos e
tomando fôlego para prosseguir. – Eu não esperava que os sonserinos fossem tão
cômicos. Sei lá. Eu imaginava que eles usariam uma câmara de tortura, ou só
azarassem ou amaldiçoassem o moleque.
–
Por um instante eu também pensei que eles fossem fazê-lo – garantiu Alvo
segundo seu caminho até a primeira aula do dia, Feitiços. Alvo ficou alegre em
saber que não teria nenhuma aula do lado de fora do castelo naquele dia, pois o
temporal ainda castigava as redondezas encharcando os gramados e provocando
grandes alagamentos.
–
Impressionante como vocês não conseguem ver como isso tudo é ruim! – constatou
Rosa indignada com a falta de discernimento dos dois garotos. – Como um bando
de idiotas pode maltratar um menininho inocente só porque ele não vem de uma
família de sangues-puros? Isso sim é uma afronta ao legado dos fundadores, que
queriam a integração da magia entre os bruxos e os trouxas, principalmente os
que são dotados em habilidades mágicas.
–
E isso significa? – Alvo esperava que Rosa constatasse, por que nem ele nem
Escórpio haviam interpretado corretamente o que ela queria dizer.
–
Fazer amigos! – exclamou ela como se fosse ridiculamente obvio o que dizia. –
Não deixar que o fato de ser mestiço, sangue-puro ou nascido-trouxa atrapalhe
as relações estudantis. E seria um absurdo se a diretora Crouch obrigasse o
Chapéu Seletor a o re-selecionar. Vou mandar uma carta para mamãe caso a diretora
se mostre flexível em atender esses pedidos dos sonserinos.
–
Eis que a Srtª Salvadora da Pátria e
Mediadora entre os Mundos entra em ação! – bradou Escórpio estufando o
peito e colocando a mão na altura do coração, como se fosse um super-herói,
super patriota.
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