única
coisa que fizeram foi se afastarem um pouco mais dele, como se o garoto
estivesse com varíola de dragão, e lhe lançarem olhares furiosos e indignados
como se ele fosse o último pedaço de carne do deserto, mas sendo uma carne
estragada.
Bennett
ficou no final da fila, mantendo uma distância de cinco passos dos outros
colegas. Quase não dava para ouvir o que os monitores diziam, mas ele parecia
mais confortável desta forma que no meio da algazarra, cheio de gente que lhe
odiava simplesmente por não ser um bruxo desde sempre.
Quando
estava saindo do salão, junto a Isaac, Lucas e Perseu Flint, Alvo esbarrou com
um grupo de alunas do segundo ano da Grifinória que seguia caminho para sua
torre no sétimo andar. Entre as garotas estava Rosa e ela fez sinal com os
olhos para que Alvo se mantivesse onde estava por mais uns minutos.
–
Eu já encontro vocês, garotas, só um momentinho – falou ela se separando das
amigas. – Você teve algum sinal de Escórpio?
–
Esperava que você tivesse, afinal jantam
na mesma mesa – retrucou Alvo ligeiramente preocupado.
–
É, mas nós não jantamos juntos hoje.
Ele sumiu! – Rosa apertou os dedos contra as mangas das vestes, mostrando que
estava muito preocupada. – Ninguém
tem conhecimento de onde ele está. A única coisa que sei é que ele embarcou no
trem, porque Clara Entwhistle confirmou que viu ele dentro do Expresso
Hogwarts.
–
Então é visto que ele veio para o castelo – falou Alvo como se fosse como somar
dois mais dois.
–
É claro que não! – Rosa parecia
próxima de um colapso emocional. – Ele pode não ter saído do trem. Talvez
voltado para Londres! Como pode
afirmar que ele passou pela estação?
Alvo
pensou um pouco mais não precisou de muito tempo para concluir um bom
argumento, foi só relatar o que via.
–
Posso afirmar porque estou vendo um garoto igual a ele todo ensopado e
enlameado vindo em nossa direção. – Alvo descreveu com uma precisão não muito
complicada. – Ah, é claro, só um detalhe quase que imperceptível e que quase
não se leva em consideração: ele está coberto de sangue.
Rosa
girou nos calcanhares e quando se deparou com a figura de Escórpio ela soltou
um gritinho abafado pelas mangas de suas vestes que ela levou à boca.
Escórpio parecia o dublê de
algum filme onde zumbis sedentos de fome saíam da terra para aterrorizar os
pobres mortais que nada podiam fazer a não ser tentar decapitá-los. Ele estava
molhado da raiz dos cabelos até as dobras finais das vestes de aluno da
Grifinória. Seus cabelos loiros estavam escorridos e grudados na face, por onde
gotículas geladas de água ainda escorriam. Sem falar da lama que tomara conta
dos dois tênis e das calças, que deixaram de ser pretas há muitas horas. E
ainda tinha o sangue. Havia um corte em seu lábio superior e o nariz não parava
de
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