–
Ora, vejam isso! Parece que Potter se uniu ao bando perdedor! – bradou uma voz
feminina impossível de não se reconhecer por entre gargalhadas forçadas de
outras duas meninas. – Eu sempre soube que ele gostava de se misturar com
escória, traidor do sangue!
–
Achei que já tínhamos resolvido essa questão sobre traidores de sangue, Rosier!
– rugiu Alvo girando nos calcanhares e encarando a mais bela, porém mais odiada
por ele, sonserina. Valerie Rosier, a neta do Comensal da Morte Evan Rosier,
estava às portas da sala comunal ladeada por suas duas colegas irritantes:
Héstia Pucey e Isla Montague.
–
Mas a cada ano que passa você parece querer me dar mais motivos para eu poder
te humilhar! – Alvo estudou bem Valerie e ela estava diferente. Antigamente
Rosie tinha uma pele clara, porém naquele momento estava ligeiramente bronzeada
e ele pode até encontrar umas poucas sardas. Seus olhos achocolatados haviam
mudado de cor. Assemelhavam-se a uma mistura de chocolate meio amargo e licor,
estavam mais avermelhados na íris como gotas de sangue brilhosas se destacando
em uma superfície escura. Os cabelos também estavam diferentes. Naquele momento
eles assumiam uma tonalidade tão negra quanto o céu sem estrelas no meio da
noite, ou de uma visão do espaço sem as galáxias, satélites e coisas que emitem
luz. E o mais impressionante foi a mecha cor de pimenta malagueta que brotou da
raiz de seus cabelos e formou uma bela trança caindo por seus ombros. Alvo
acreditou que ela usava alguma poção de beleza como as de Ísis Cresswell ou de
Dominique para tingir os cabelos, mas não pode deixar de se mostrar
impressionado.
–
Não é da sua conta com quem eu ando ou quem é meu amigo – respondeu Alvo de
maneira a não se mostrar acanhado. – Acho injusta a forma como ele foi tratado
pelos outros, e não foi desta maneira que eu fui ensinado a agir, e não o farei
só porque estou rodeado e ladeado por paranóicos como você, Rosier.
–
Então por que não se interpôs na noite em que ele foi selecionado, quando todos
o estavam zoando? – Valerie colocou a mão na cintura de uma maneira a confirmar
que colocava Alvo em uma sinuca de bico, Pucey e Montague riam por entre os
dentes cerrados. Não havia como ele escapar sem revelar que achara engraçado o
que aconteceu com Ashton no sábado, mas ele não queria estragar tudo logo agora
em que ele ganhara a confiança do nascido-trouxa.
E
assim não respondeu.
–
Você agora está na minha mão, Potter – ela garantiu num tom mais alto que os
risinhos irritantes de Montague e Pucey. – Cuidado com o que vai falar ou
fazer, pois caso não me agrade, pode ser pior para você.
E
assim saiu da sala comunal sorrindo em direção ao dormitório feminino. Alvo ficou
no meio da sala comunal com o sangue fervendo de raiva de Rosier e de sua
chantagem. Se ele tentasse mais alguma vez contrapusê-la ou retrucar quaisquer
ofensas ditas pela garota não poderia fazê-lo, já que ela poderia espalhar para
todos sobre notícia de sua amizade com Ashton, a qual ele ainda preferia manter
apenas entre eles. Sem despertar um ódio mútuo que certamente afloraria nas
mentes da grande maioria de seus colegas da Sonserina, e transformaria vários
de seus amigos em inimigos.
–
Desculpe-me por ter te colocado nesta saia justa – pediu Ashton meio
envergonhado.
–
Fique tranquilo, Ash – respondeu Alvo fazendo-se parecer inabalável. – Com
Rosier me entendo eu.
esse cap. ficou surreal,que vontade de ler o próximo,achei legal ver esse lado meio "medroso" de alguém tão corajoso, gostei muto dessa ideia, vai ser interessante observar como que essa amizade vai rolar. fora isso tô muito curioso pra saber mais sobre os malignos, adorei eles desde do primeiro momento. seria massa ver eles mais ativos durante toda a história, mas se já no início tô me surpreendendo assim, esse livro promete.
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