sábado, 22 de dezembro de 2012

Eldred Worple, pág 1



Capítulo Oito
Eldred Worple
M
esmo sem saber se os homens sombra poderiam voltar, Alvo se lançou para fora do malão. O pouco espaço e o ar rarefeito e frio já o estavam deixando com claustrofobia. Mas ele não pulou para fora do malão somente pela sensação de mal estar. Correndo apressado ele se aproximou de onde havia acontecido o ritual de invocação do dementador pelos Comensais da Morte que possuíam na Nova Caixa de Pandora e o assassinato de Pascal Tavares. O menino estava quase chegando ao exato local onde havia ocorrido o assassinato quando se deteve a olhar para o chão.
A grama estava morta e queimada, como se houvesse sido projetada uma enorme bola de fogo que consumira e incendiara aquela área. A queimada se estendia por pelo menos dois metros e formava a estrutura arredondada de um crânio. Depois ela se estreitava e formava uma linha suntuosa que se estendia até ele não conseguir ver mais. Alvo parou no centro da queimada, olhando para os lados à procura de algum resquício que pudesse comprovar que a morte de Tavares acontecera ali. O grande crânio já era um prova bem boa, mas não o suficiente para que ele não fosse desmentido, ou pior, incriminado.
Antes que pudesse pensar em algo ou achar alguma pista, a cabana à sua frente balançou e sua abada se abriu.
– O que houve aqui? – perguntou um bruxo feito e dentuço que saíra por entre as lonas. Ele vestia uma camiseta frouxa de dormir com um escudo dos Falmouth Falcons. Sua cara era familiar para Alvo, mas ele não a identificou de primeira. – O que você está fazendo ai, moleque?! O que vez no meu gramado?! Isto é... É...
Ele perdeu a voz ao ver a grama queimada em forma de crânio. Seus olhos claros se encheram de amargura e escuridão. Mesmo não sabendo o que significava aquele distúrbio próximo à sua cabana, o homem se mostrou furioso e com ódio. Ele lançou um olhar a Alvo, um olhar regado de ódio.
– Que tipo de brincadeira foi essa, hum?! Você – ele apontou com a varinha para o rosto de Alvo – é um vândalo desgraçado! Petrificus...
Expelliarmus! – gritou uma voz vinda da barraca extravagante do malão comedor de gente. Alvo se lançara ao chão para tentar evitar os feitiços que os bruxos trocaram. O Feitiço do Corpo Preso lançado pelo homem que xingara Alvo não tivera efeito algum nele ou em qualquer um, mas o de Desarmar vindo das costas dele fez com que a varinha do dentuço fosse arremessada para longe.
– O garoto não fez nada, Flint. Só estava de passagem quando ocorreu o incidente – esbravejou o homem avançando com a varinha erguida para Flint. – Volte para sua cabana e durma como sua mulher e seus filhos.

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