–
Não sei se notou, Worple, mas a Marca Negra fora queimada em brasa na frente de
minha cabana. E é recente, pois ainda á fagulhas acesas e fumaça saindo do
chão. – Flint apontava com o indicador freneticamente para o chão em que Alvo
pisava.
–
Estou vendo, seu paspalhão, não estou cego ou biruta. Não nego que a marca está
cravada no chão, mas não foi o garoto!
– o bruxo de longos cabelos cacheados negros e uma bigodeira significativa dera
bastante entonação a essa última afirmação. – Recolha sua varinha e volte a
dormir. Vou chamar os aurores antes que mais alguém perceba isso e meta os pés
pelas mãos como você.
–
Não sairei daqui! – bramou Marcus Flint, o pai de Perseu e Teseu Flint, colegas
de Alvo em Hogwarts.
–
É melhor me obedecer se não quiser que eu conte para o pai desta criança que
você tentou enfeitiçá-la!
Flint
pisou pesado na grama ainda viva e seguiu para onde sua varinha repousava. Em
seguida ele encarou Worple com seus olhos claros e murmurando alguma coisa
inaudível, voltou à sua barraca.
–
Muito obrigado, senhor – agradeceu Alvo educadamente.
–
Não tem de quê – respondeu o homem erguendo seu braço e apontando a varinha
para o céu noturno.
Dois
pares de fagulhas douradas irromperam da ponta da varinha do Sr Worple e
clarearam os céus escuros da madrugada. Depois cada par explodiu em mais dois e
assim sucessivamente, até perderem força e tamanho e sumirem de vista, deixando
o céu novamente negro e sombrio.
–
Os aurores já sabem que precisamos de sua presença – falou Worple guardando a
varinha em uma bainha milimetricamente bordada para o artefato, fazendo-a se
assemelhar a um pequeno punhal. – A propósito, meu jovem, o que lhe trouxe aqui
a uma hora dessas?
–
Fui dar um passeio, pois estava sem sono – contou Alvo ingenuamente antes de
revelar tudo o que fizera ao Sr Worple. – Aí me retive quando minha curiosidade
me prendeu o olhar em sua mala, sinto muito.
–
Ah, o curioso – exclamou Worple acariciando a mala como um cão de estimação,
que retribuíra ganhando vida e o lambendo com sua língua-gravata. – Ela adora
os curiosos. E não precisa se desculpar. Só comprei uma dessas depois que outra
me engoliu!
–
Como o senhor chama-se, senhor?
–
Worple. Eldred Worple...
–
O escritor sobre vampiros! – exclamou Alvo que reconhecera o nome da capa de um
dos livros que ele lera em Hogwarts no ano anterior após um conselho de Rosa.
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