–
Ele já deu aula para o quinto ano de Grifinória e da Corvinal e também para o
quarto da Sonserina com a Grifinória – falou Tibério Nott de boca cheia.
–
Seria pedir demais se você seguisse a etiqueta só um pouquinho, porco Nott? –
perguntou Flora Palmer com seu habitual tom de repugnância e desprezo por
garotos mais novos, como se eles fossem um bando de macacos babões e retardados,
(por alguma razão o único que não sofria com essa mania era Alvo).
–
Poderíamos perguntar a Stuart Beetlebrick – sugeriu Alvo – ou a Sara Aubrey,
eles agora estão no quarto ano, talvez possam dizer algo sobre ele, Buttermere,
não é?
–
Melhor não perguntar mais nada para Sara Aubrey – Flora disse sem levantar o
olhar de sua comida. – Certamente receberão uma resposta melhor se fizeram a
pergunta a um Inferi ou a um Espírito Agourento... Acho que até um zumbi
comum...
–
O que houve com ela? – Alvo se lembrara de como estava Sara durante o embarque
na plataforma nove e meia.
–
Se alguém souber, pode me contar – respondeu Flora limpando o canto da boca
sujo de molho de tomate com um guardanapo. – Ela quase não fala mais. Alimenta-se
pior que um Agouro e está se afogando em mágoas em seus livros. Goyle diz que
ela passa metade do dia chorando e a outra metade deitada em sua cama, fazendo
sei lá o que, talvez pensando na morte... Deve ser um parto para ela ter de
estudar. Acho que se ela passar muitas horas com o bobalhão do Hagrid é capaz
dele achar que ela é um espectro ou um espírito mondongo do gênero.
Alvo
quis repreender Flora pela maneira de como tratara Hagrid, mas a imagem de Sara
chorando e agindo como um espectro desalmado o fez se calar e perder parte de
seu apetite. O que estaria passando com Sara, a menina que gostava de Quadribol
e de medicina? Por que ela estaria tão perturbada e fora de si para passar meio
dia inteiro chorando e reclamando?
–
Mas nós temos assuntos piores a tratar – falou Nott também limpando a boca suja
de molho, porém com a manga das vestes. – O Babaca Bennett. Alguém já viu como
podemos tirá-lo da Sonserina?
Quem
respondeu dessa vez foi Zabini, que antes não prestava atenção na conversa.
–
Uns caras do quarto ano estão pesquisando na biblioteca como obrigar Crouch a
expulsá-lo de nossa casa. Não vai ser fácil. Vaisey disse que para que
consigamos tirar o moleque daqui tem que haver um motivo muito forte. Nunca na
história da escola alguém foi re-selecionado.
–
Elementar meu caro Antônio – começou Tibério passando o garfo por entre os
dedos. – Para tudo se tem uma saída. E sempre há uma primeira vez, não é?
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