quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A Magia do Egito, pág 18



Expelliarmus! – berrou o professor. O Feitiço de Desarmamento irrompeu mais forte que o comum durante duelos acadêmicos. Alvo conseguiu desviar do feitiço, mas sentiu a varinha oscilar para um lado. Alvo estava pronto para contra-atacar, mas ele mal teve tempo de se recuperar da última investida. Antes mesmo que ele tentasse escolher um feitiço suficientemente bom para retardar o professor, Buttermere já havia conseguido perfurar suas defesas e o cutucar com a varinha. O garoto caiu sobre um dos tapetes estendidos no chão. 
Depreharena! – ordenou o professor.
Alvo tentou se movimentar, mas suas mãos e seus pés estavam presos no chão. Presos como se estivessem enterrados na areia da praia. Mas ele não estava enterrado como se estivesse na areia da praia, ele estava com as mãos e os pés mergulhados em montes de areia grossa e úmida. O garoto se debateu, mas não conseguiu se livrar do encanto, ele havia perdido.
– Morto – murmurou Buttermere apontando a varinha para o peito esquerdo de Alvo. – Não haverá sucesso se você não souber o que está fazendo, Potter. Você pode ser bom em lançar feitiços, mas se não souber sua teoria e qual será o melhor momento para aplicá-la, você perderá todas as batalhas que participar. Se não dispuser de outros meios mágicos, é claro. Você se enquadra bem no ditado popular: dragão que ruge, mas não cospe fogo. Agora se levante daí e volte a copiar o que eu ditar, e menos vinte pontos para Sonserina.

– Você está bem, Alvo? Parece meio pálido – Jill Weasley foi a única garota que teve coragem de se aproximar de Alvo após a aula do Prof Buttermere. Os demais ainda esperavam que ele desse um ataque de raiva ou os xingasse devido a sua humilhação perante a classe.
– Estou, não foi nada demais. Mas minhas mãos ainda estão meio doloridas – ele as estendeu, estavam vermelhas como tomates e ainda coçavam e ardiam –, mas mais tarde já devem estar melhor.
– Não foi uma aula tão ruim – a garota disse ajeitando a mochila cor de rosa com flores de borracha nas costas. – Eu não sabia de praticamente nada que ele falou, e olha que o vovô Elias passou uma temporada bem longa no Egito quando eu era mias nova. Ele voltou com um bando de suvenires e brinquedos mágicos de lá. E a família de seu avô, do tio-avô Arthur, também já foi para lá no passado, não é?
– Sim, ele sabe bastante sobre o Egito. Não deixa de ser um bom professor quando se trata da teoria, e pelo que parece, também sabe lançar uns feitiços bem bons. Mas você tinha que ver como era no ano passado com o Prof Silvano. Quase todas as aulas eram práticas, e nós evoluímos muito com isso, e o jeito como ele fala do Egito, é como se eles fossem superiores a nós.
– Mesmo assim ele ainda é um bom professor – Jill manteve-se firme.
– Obrigado por pensar assim, Srtª Weasley – disse o Prof Buttermere surgindo silenciosamente por trás dos dois alunos, como um escaravelho sagaz no meio do deserto. – Poderia me dar um minuto a sós com o Sr Potter? Acho que eu preciso falar com ele após o que ocorreu durante a aula.
– Sim senhor, professor – ela corou um pouquinho, e ficou ainda mais linda. – Te vejo mais tarde, Al. – E saiu correndo pelo corredor, graciosa.
– Me desculpe mais uma vez pelo meu comportamento, senhor – pediu Alvo da boca para fora.
– Não me interessa se está arrependido ou não, Potter. O que fez hoje durante a minha aula seria passível de uma detenção, e muito mais que vinte pontos descontados de sua casa – entretanto, o Prof Buttermere não parecia aborrecido ou severo conforme dizia aquelas palavras. – Mas, para um aluno como você, um duelo de igual para igual não foi nada mal. Contudo, não gostaria de pegá-lo novamente cochilando durante a aula. Posso ser diferente de Mylor Silvano, e comparações não fazem de muita significância no presente momento. Eu entendo que você possa demonstrar preferência por ele como professor, e não estou pedindo para que me coloque no topo de sua lista de professores mais idolatrados, mas peço que mantenha a calma e os ouvidos abertos para o que lhe tenho a dizer. Se a Profª Crouch me deu o cargo de professor de Defesa contra as Artes das Trevas, deve ser porque eu tenho algumas qualificações para tal, não acha?
Alvo confirmou, e meio envergonhado começou seu caminho para o quarto andar.
– E Potter! – o professor o deteve por mais um segundo. – Não se culpe que ocorreu no ano passado. E não tente menosprezar os outros professores por seu ressentimento que ainda guarda com relação a Mylor. Você não tem culpa do que aconteceu com ele. Foi uma enfermidade, um mal infortuno do destino. Você não deve se guardar de rancor e se martirizar. Estamos entendidos?

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