–
Professor, – pediu Rosa erguendo seu braço. Buttermere a encarou e permitiu que
ela prosseguisse fazendo um gesto afirmativo com a cabeça – o senhor parece ter
uma grande quantidade de varinhas egípcias. De quem elas seriam?
–
De todos os bruxos que eu já derrotei – respondeu ele de maneira sombria.
Houve
uma onda de murmúrios e conversas entre os alunos. Era uma coleção muito grande
de varinhas egípcias na sala, sem falar que havia varinhas bem parecidas com as
que Olivaras fabricava e vendia em sua loja no Beco Diagonal. Se cada varinha
pertencia a um bruxo que o Prof Buttermere havia enfrentado, ele realmente
deveria ser um exímio duelista.
–
Mas como eu já disse, não ficarei remexendo meu passado. Vocês estão aqui para
aprenderem sobre as artes das trevas e seu combate. E um estudo sobre as
maneiras egípcias irão ajudar, e muito, em sua autodefesa. Por isso, gostaria
que ficassem avisados de que as primeiras aulas serão em grande parte teóricas,
até que vocês já dominem a arte da feitiçaria antiga e se aprofundem nos detalhes
de energia e magia. Sim, Sr Potter...
–
Mas senhor, o que especificamente seria a Casa da Vida? – perguntou Alvo. – Eu
li boa parte de seu livro e ele só conta sua introdução e sua história, mas não
qual é sua função final.
–
Está dizendo isso porque sua leitura está incompleta, Sr Potter – respondeu o
professor com uma ligeira rispidez. – Assim como Hogwarts, a Casa da Vida é uma
escola de magia e feitiçaria. É a escola de magia e bruxaria do Egito.
Infelizmente ela só aceita bruxos de sangue inteiramente egípcio, tanto para
alunos quanto para professores. Nenhum bruxo ou aprendiz que não seja unicamente
egípcio poderá estudar ou lecionar lá. A Casa está aberta somente a visitação
dos estrangeiros.
Alvo
estava sentindo uma incomum e irresistível vontade de se levantar e sair porta
a fora. O que aquele professor estava pensando? Aquela era a aula de Defesa
contra as Artes das Trevas, onde os alunos faziam magia para se defender e para
atacar. Não era uma aula para ficar revirando a história da magia egípcia e
idolatrar os egípcios como o povo maravilhosamente incrível que consegue
conservar uns encantos velhos para fazer brotar água do chão ou mudar a cor de
uma pintura. Se ao menos eles pudessem praticar esses feitiços milenares. Mas
não. Era apenas a teoria, monótona e repetitiva.
Buttermere
continuava discursando e mostrando todos os pontos positivos da magia dos
egípcios. Como eles a utilizavam para construir suas pirâmides e suas tumbas
subterrâneas, como as poções eram preparadas, como cada escaravelho em especial
era encantado com um poder específico e sua importância e implicação na
mitologia e na magia considerando os caminhos de Rá e outras lengalengas que
Alvo não prestou muita atenção. O professor encantara o giz de cera para que
ele copiasse na lousa tudo o que ele ditava, e enfatizava que também queria os
diagramas e formas desenhados nos pergaminhos. Alvo não estava gostando nem um
pouco daquela aula, não era como antes, era apenas uma aula chata.
Assim que o professor parou
de ditar e ele copiou a última frase e o último diagrama, o menino empilhou os
livros de outra maneira, fazendo-os tomar a forma de uma escultura parecida com
um forte apache. Depois os endireitou mais um pouco, tentando tampar a visão do
Prof Buttermere moldando uma cabana de livros
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