quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A Magia do Egito, pág 12



– Então ponham a culpa em mim! – Sara disse aquilo sorrindo, como se demonstrasse grande prazer em fazê-lo ou de ter toda a casa da Sonserina contra ela. – Não precisa se colocar em uma berlinda e caso Rosier fale qualquer coisa, desminta. Se por algum acaso os sonserinos suspeitarem de você e te ameaçarem, pode até confirmar a zorra do banheiro, mas diga que eu te forcei a fazê-lo ou que só queria me ajudar. Eu declarei na frente da turma toda que estou do lado de Ashton, e uma demonstração desta também pode se voltar contra mim. Você é jovem, Alvo, e ainda tem de mostrar mais o seu valor. Não seria legal você ser humilhado sendo que está do lado certo.
– Muito obrigado, Sara! Eu te devo uma. – Alvo agradeceu mais uma vez e saltou para fora da passagem secreta, voltando para a superfície bem iluminada dos corredores de Hogwarts. Ele nem notou, mas a chuva voltara a castigar as redondezas.
Os alunos da segunda série de todas as quatro casas estavam muito ansiosos pela primeira aula com o Prof Buttermere. Tanto foi que logo que o sinal do fim do intervalo bateu todos da Sonserina e da Grifinória já haviam se dirigido para frente da porta trancada da sala de Defesa contra as Artes das Trevas e se amontoando ali, até que a sineta tocasse.
Quando chegou, exausto de tanto correr, à frente da sala de Defesa contra as Artes das Trevas, Alvo notou que ele era o único aluno que esteve ausente durante todo aquele tempo. Alguns pequenos grupinhos de sonserinos e grifinórios estavam sentados no chão já folheando indistintamente seus exemplares de “A Magia da Casa da Vida”, “As Tumbas do Egito: Feitiços e Contra Feitiços”, “Como se livrar de Escaravelhos Vermelhos” e até o clássico livro “As Forças das Trevas: Um Guia de Auto-Proteção” que já se tornara padrão para todas as aulas de Defesa contra as Artes das Trevas, não importava qual fosse o professor.  
– Onde você estava? – perguntou Rosa fechando seu livro e se erguendo para encarar Alvo, havia certo quê de preocupação em sua cara.
– Depois – murmurou Alvo. – Nenhum sinal do professor?
– Nada – respondeu Escórpio, que estava pouco mais atrás. – Nem sinal dele. Mas chegamos um pouquinho mais cedo do que de costume. Creevey veio até com parte do almoço nas mãos.
Assim que Malfoy se silenciou passos ecoaram pelo corredor em que sonserinos e grifinórios dividiam o espaço. O Prof Buttermere seguia com suas roupas surradas e ligeiramente estranhas. Os cabelos continuavam mal cuidados e ainda mais quebradiços do que antes. Parecia que o professor de roupas cor de papiro e pele morena bronzeada havia dormido durante muito tempo em uma câmara de bronzeamento, ou tivesse tomado muito banho de mar e depois não tivesse lavado o cabelo. Os cordões e anéis continuavam em seu pescoço e em seus dedos respectivamente. Alvo ainda não reconhecia nenhum dos pingentes nos cordões, mas pode notar um símbolo familiar no anel mais precioso e chamativo. Neste havia uma inscrição gravada. Um triângulo com um círculo dentro e uma linha na vertical: o símbolo das Relíquias da Morte.
– Venham, por favor – falou o professor. Sua voz era ligeiramente mórbida ou morta. Seu tom era amigável e suave como o planar de uma ave no meio do deserto.

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