Novamente
o único som vindo daquele coche foi o do cair da chuva do lado de fora. Quando
ele estacionou à frente das enormes portas de carvalho que davam para o
interior da magnífica construção do castelo de Hogwarts, um relâmpago cortou o
céu, clareando a noite por meio segundo e logo fora seguido de uma trovoada. A
chuva se transformava gradualmente em uma terrível tromba d’água e os caminhos
de terra que serpenteava mais para baixo, por onde as outras carruagens
passavam, iam se tornando um escorregadio campo minado cheio de armadilhas,
lama e cascalhos soltos.
Quando
os seis desembarcaram, seus corpos foram lavados pela chuva que chacoalhava as
janelas difusas que brilhavam como estrelinhas presas às paredes do castelo.
Eles correram pelo lance de escadas rápido, com as cabeças abaixadas e as capas
grudadas aos corpos, só parando para dar assistência a Isaac quando ele
escorregara em um degrau e deslizara por dois lances de escada. Tal trapalhada
não ajudara muito para melhorar seu humor ainda abalado.
–
Andem crianças, venham logo. Aqui está quente e seco – convocava o Prof
Flitwick dentro do saguão de entrada da escola, iluminado por archotes que
queimavam e aumentavam o calor dentro do castelo. – Se continuar a chover desse
jeito haverá outra inundação.
O
Prof Flitwick dava suporte aos alunos que chegavam das carruagens completamente
molhados e sujos de lama. Sua varinha estava em punho e ele a agitava como um
secador de cabelos nas vestes e nas meias dos alunos para tentar melhorar seus
estados de apresentação.
–
Suas capas de chuva estão identificadas com seus nomes? – perguntou o minúsculo
professor sem desgrudar o olhar da meia de um garoto do quarto ano da
Grifinória que tinha o tênis limpo pelo professor. – Ótimo, coloquem-nas neste
soldado e depois venham até mim para que eu possa enxugá-los.
Em
seguida uma mão de pedra se estendeu a poucos centímetros do ombro de Alvo. Ele
levara um susto e quase caíra ao se virar bruscamente para visualizar quem
estendera a mão.
Uma
armadura de pedra de um soldado tinha as duas mãos estendidas como se esperasse
que eles o dessem algum pertence. A armadura rangeu e fez sinal para a capa de
chuva molhada de Lívio e ele logo a colocou em seu dedo mindinho de pedra.
Depois
de entregar a capa ao soldado, Alvo percorreu toda a extensão do Saguão de
Entrada e pode perceber que todas as estátuas e armaduras haviam sido
encantadas e ordenadas a servirem como cabides para as capas encharcadas e
gotejantes dos alunos que chegavam.
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