Hagrid).
Ou fossem objetos fantásticos pertencentes ao seu dono. Mas Alvo não pode não
pensar no bilhete.
Se
o malão fosse encantado, quiçá pudesse diferenciar aqueles que tentassem
abri-lo. Afinal de contas, ele mencionava no poema o ladrão, o saqueador o
curioso e seu dono. Alvo hesitou em encostar a ponta de seus dedos na alça que
abria o malão. Ele esperava que a mala entendesse que ele era apenas o curioso,
mas antes de abri-la ele se lembrou de um dos versos. “Cuidado com seu desejo/ Pois ele matou o gato”. Matar. E se a morte também aguardasse ao
curioso? E se o malão não distinguisse o ladrão ou saqueador do curioso? Mas
Alvo estava decidido em descobrir o que havia lá dentro. Ele era assim, não
gostava de desistir de suas metas. Foi assim que entrara para a equipe de
quadribol da Sonserina e se tornara um dos melhores jogadores do time. Assim
que combatera e vencera Yaxley.
Ele
firmou a mão na alça. E caso houvesse alguma precipitação, ele pularia para o
mais longe possível.
Com
um grande esforço, ele abriu o malão e se deparou com uma infinidade de objetos
secretos e místicos. Havia espelhos e algumas caixas de varinhas empilhadas
organizadamente pelo contorno do malão. Certamente seu dono era um homem de
impecável olhar perfeccionista e um dom para organizar coisas. Havia livros de
capas interativas e chamativas, mas mantendo um tom de sabedoria. Também havia
figurinhas de sapos de chocolate e algumas peças de roupas. Longas camisas de
mangas, sapatos de couro de crocodilo, luvas de pelo de unicórnio e gravatas de
todas as cores.
Alvo
se encantara pela tamanha organização da mala, mas não entendera por que tanto
alarde e suspense com relação a sua violação. Sim, ele não deveria ter aberto o
conteúdo de outro bruxo, mas por que não havia um cadeado. Talvez toda aquela
história de morte e desafio fosse apenas uma brincadeira. Ele já estava prestes
a fechar a mala quando algo surpreendente aconteceu.
Uma
das gravatas ganhou vida e se enroscara na cintura de Alvo como uma corda. A
aba da mala começara a tremer como os lábios de uma boca faminta. “Alimentar a cada seis horas”. A mala
ganhou vida e mais parecia um urso faminto tentando abocanhar sua presa.
Alvo
se debatia tentando se livrar da gravata-língua que apertava cada vez mais sua
cintura. Ele sentia a bacia sendo espremida pela gravata e de alguma forma o ar
faltava em seus pulmões. Que falta fazia a varinha em mãos. Como um bruxo de
Hogwarts poderia ter deixado sua varinha na mochila e se aventurado na noite
desprotegido? Foi imprudente mais uma vez, e estava pagando por isto.
A língua ganhara força e
comprimento, chegando a tirar os pés de Alvo do chão. A força da grava estava
aumentando, e Alvo não sabia o que fazer. Suas mãos estavam vermelhas e ficando
mais fracas a cada tentativa de rasgar a gravata. Por fim, a
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