sábado, 20 de outubro de 2012

A última reunião do Sr Tavares, pág 8



Mas não conseguiu.
Alvo tropeçou em um malão exposto no jardim de uma cabana que não se esforçava em ocultar sua magia.
Suas lonas eram cor de pêra com entalhes profundos com pedras pintadas de azul-safira. Havia placas de madeira escritas com runas que certamente Rosa poderia traduzir caso estivesse presente, mas como Alvo não fazia as aulas da Profª Vector de Runas Antigas ele não pode fazê-lo. Também havia curiosos objetos ao redor da cabana. Além do comprido malão em que Alvo tropeçou, também havia cata-ventos que giravam sem a força dos ventos; bolas de cristal enfeitavam a abada de entrada como um grande móbile infantil para videntes, além de uma fonte de quatro pequenas plataformas, onde uma encantadora poção multicolor escorria pelos obstáculos, passando do incolor para o amarelo, depois para o vermelho, passando pelo lilás e voltando ao primeiro patamar, ficando novamente transparente.
Alvo fixou seus olhos na fonte e no móbile, pensando se aquela cabana pertencia a um vidente ou a um alquimista. Certamente seu interior seria tão místico e curioso quanto o exterior. Depois de se encantar com as bolas de vidro girando na abada, o garoto se voltou para o malão.
Ele era consideravelmente grande. Revestido com o couro de um dragão bem parrudo e escuro, de tons variantes de azul ao negro. Seu contorno era prateado, com inscrições em runas ao redor de sua aba. Não havia cadeado, mas sim um bilhete escrito com tinta verde esmeralda. Alvo engatinhou para mais perto do bilhete e o leu.
Alimentar a cada seis horas.
Ele não entendeu o que significava, e então o virou, descobrindo que havia mais para se ler. Era um poema, que mais se assemelhava a um aviso.
Para o ladrão mais imbecil
Abra logo e remexa em meu conteúdo
Para o saqueador menos humilde
Tente me roubar para ver o que lhe aguarda
Para o sagaz curioso
Cuidado com seu desejo
Pois ele matou o gato
E para meu dono
Eu aceito seu carinho
E lhe recebo sem pestanejar.
Não havia muito sentido, mas era visível que o malão era encantado com algum feitiço que se valia à pena conhecer. Talvez ele carregasse alguma criatura proibida por aquelas bandas (sendo assim o dono da barraca poderia ser um bom amigo para

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