sustentação.
A decoração feita pela família de bruxos havia sido desfeita e pichada com
palavras de baixo calão escritas em uma língua que Alvo não conhecia. Não havia
ninguém por perto para analisar os estragos. O que indicava que alguém já o
havia feito.
–
É por isso que eu não gosto de quadribol – falou uma voz às costas de Alvo.
O
garoto se virou e deparou-se com Escórpio Malfoy de braços cruzados e o corpo recostado
em uma árvore que crescia de maneira irregular. Escórpio também ainda estava
trajado com as roupas finas que levara para o estádio e seu rosto mantinha sua
expressão fria e inabalada.
–
Não foi o quadribol que destruiu esta
barraca – afirmou Alvo meio intrigado. – Foi o fanatismo do vândalo que provocou
isso.
–
Acho que me expressei mal – confirmou Escórpio revirando os olhos. – Foram uns
tchecos que a atacaram. Eles estavam devendo mais ouro do que Bagman, e
resolveram atacar seus credores.
–
Como sabe de tanta coisa? – Alvo estava inda mais intrigado.
–
Porque eu vi tudo bem diante dos meus olhos – garantiu com um sorriso
desdenhoso. – Estive escondido aqui o tempo todo. Vi eles destruindo e vi os
agentes do ministério intervindo.
–
Por que não está com seus pais?
–
Porque prefiro a solidão – disse Escórpio sem muito arrependimento. – Meus pais
me amam, mas não como um filho querido. Às vezes acho que é mais por uma
obrigação do que por amor, propriamente dito. Sempre foi assim com os Malfoy.
Eles me tratam bem, mas preferem fazer as coisas que gostam que sacrificar-se
por mim. E agora que desrespeitei a continuidade dos Malfoy na Sonserina...
Sempre foi assim, e não mudará o jeito de ser. É assim comigo, foi assim com
meu pai e certamente com o meu avô. Eu não sei. Nunca tivemos uma conversa
muito longa...
Escórpio
se mostrava realmente aborrecido como o fato do avô paterno, Lúcio Malfoy, o
notório Comensal da Morte, ter abandonado a família e fugido para um lugar que
ninguém sabe onde. Muitos alegam que Lúcio está morto, mas Alvo e Escórpio
sabem que não. No final do último ano letivo, Alvo ouvira de uma fonte muito
confiável que Lúcio ainda está vivo. Mas ele não fazia idéia de onde.
–
Como ele era? – perguntou Alvo se aproximando de Escórpio, que continuava
recostado na árvore.
– Silente e frio. Além de
não ter o menor jeito com crianças – respondeu Malfoy rispidamente. – Quase
nunca falava em público e ficava sempre recatado na biblioteca. Nas raras
ocasiões que abria a boca só servia para insultar e menosprezar o trabalho de
meu pai. A velhice o tornou um bruxo pior do que já era. Seu arrependimento é
falso. Todos sabem, e até papai e vovó alegam o mesmo. Tolo foi o
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