supersônicos
carregando lanternas que brilhavam como pontinhos de vaga-lumes na lona da
barraca.
O
garoto não queria pensar muito sobre como fora o jogo, sobre a derrota de sua
seleção. Ele ficou lembrando-se das jogadas executadas pelos jogadores de ambos
times, tentando memorizá-las e imaginando a si próprio efetuado-as. Seus olhos
pesavam conforme ele se via montado em sua Thunderstorm rondando o perímetro do
estádio de Quadribol de Hogwarts. Entre os aplausos da torcida ele ouvia Erico
Laughalot ordenando que ele executasse uma Finta
de Wronski e uma Perseguição Seagood
ao mesmo tempo. Depois de deixar suas pálpebras caírem ele sentiu o mundo dar
voltas ligeiras e o campo de Hogwarts se transformar no Estádio Nacional de
Quadribol. Os fleches das varinhas e das câmeras dos fotógrafos do Profeta Diário e do Arauto Diurno e dos onióculos capturavam imagens dele voando com as
vestes da Inglaterra e agarrando o pomo de ouro próximo a uma das balizas da
equipe adversária que era composta borrões difusos que não dava para
identificar. E ao fundo, junto aos vivas da torcida, ele ouvia a narração de
Ludo Bagman ovacionando-o e berrando seu nome. “Potter, Potter, POTTER!”.
Seus
olhos se abriram quando um aglomerado de luz invadiu seus aposentos. Havia um
rebuliço do lado de fora. Cinco pessoas montadas em vassouras discutiam com dois
representantes do Ministério brasileiro. Eles falavam rápido em português e
Alvo não entendeu nada do que eles reclamavam, mas pode distinguir bem um
xingamento quando um britânico saiu de sua cabana e começou a reclamar da
barulheira.
Aparentemente
somente ele havia acordado, pois ainda dava para ouvir os ligeiros roncos de
Tiago e a respiração lenta e sincronizada de seus pais e de Lílian.
Alvo
saiu de seu quarto e reparou que ainda estava vestindo as roupas casuais que
levara para o jogo. Ainda estava com a camisa da Inglaterra e os tênis sujos de
terra batida e grama. Pelo chão da cabana o boneco de Aidan Lynch corria
desesperado tentando fazer com que o Feitiço Silenciador de Mundungo perdesse o
efeito. Mas, se tivesse tanta qualidade quanto o feitiço de transformação,
logo, logo já se desfaria, pois a camuflagem lançada por Dunga já se rescindia.
Sem
muito que fazer, Alvo deixou a cabana por alguns momentos. Ele atravessou as
trilhas silenciosas do acampamento que agora deixara de ter a festança dos brasileiros
tomando conta da atmosfera. Com a apreensão das vassouras dos torcedores
exaltados as comemorações diminuíram até finalmente cessarem.
O
caminho por entre as barracas era iluminado apenas pelas decorações que os
bruxos haviam colocado em suas barracas. Elas eram verdes, brancas, vermelhas e
amarelas, clareando o chão com diferentes cores e intensidades.
Próximo à divisória das
torcidas, Alvo se deparou com uma cena deplorável. Uma barraca foi covardemente
atacada por vândalos fanáticos que trituraram toda sua
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