sábado, 20 de outubro de 2012

A última reunião do Sr Tavares, pág 5



supersônicos carregando lanternas que brilhavam como pontinhos de vaga-lumes na lona da barraca.
O garoto não queria pensar muito sobre como fora o jogo, sobre a derrota de sua seleção. Ele ficou lembrando-se das jogadas executadas pelos jogadores de ambos times, tentando memorizá-las e imaginando a si próprio efetuado-as. Seus olhos pesavam conforme ele se via montado em sua Thunderstorm rondando o perímetro do estádio de Quadribol de Hogwarts. Entre os aplausos da torcida ele ouvia Erico Laughalot ordenando que ele executasse uma Finta de Wronski e uma Perseguição Seagood ao mesmo tempo. Depois de deixar suas pálpebras caírem ele sentiu o mundo dar voltas ligeiras e o campo de Hogwarts se transformar no Estádio Nacional de Quadribol. Os fleches das varinhas e das câmeras dos fotógrafos do Profeta Diário e do Arauto Diurno e dos onióculos capturavam imagens dele voando com as vestes da Inglaterra e agarrando o pomo de ouro próximo a uma das balizas da equipe adversária que era composta borrões difusos que não dava para identificar. E ao fundo, junto aos vivas da torcida, ele ouvia a narração de Ludo Bagman ovacionando-o e berrando seu nome. “Potter, Potter, POTTER!”.
Seus olhos se abriram quando um aglomerado de luz invadiu seus aposentos. Havia um rebuliço do lado de fora. Cinco pessoas montadas em vassouras discutiam com dois representantes do Ministério brasileiro. Eles falavam rápido em português e Alvo não entendeu nada do que eles reclamavam, mas pode distinguir bem um xingamento quando um britânico saiu de sua cabana e começou a reclamar da barulheira.
Aparentemente somente ele havia acordado, pois ainda dava para ouvir os ligeiros roncos de Tiago e a respiração lenta e sincronizada de seus pais e de Lílian.
Alvo saiu de seu quarto e reparou que ainda estava vestindo as roupas casuais que levara para o jogo. Ainda estava com a camisa da Inglaterra e os tênis sujos de terra batida e grama. Pelo chão da cabana o boneco de Aidan Lynch corria desesperado tentando fazer com que o Feitiço Silenciador de Mundungo perdesse o efeito. Mas, se tivesse tanta qualidade quanto o feitiço de transformação, logo, logo já se desfaria, pois a camuflagem lançada por Dunga já se rescindia.
Sem muito que fazer, Alvo deixou a cabana por alguns momentos. Ele atravessou as trilhas silenciosas do acampamento que agora deixara de ter a festança dos brasileiros tomando conta da atmosfera. Com a apreensão das vassouras dos torcedores exaltados as comemorações diminuíram até finalmente cessarem.
O caminho por entre as barracas era iluminado apenas pelas decorações que os bruxos haviam colocado em suas barracas. Elas eram verdes, brancas, vermelhas e amarelas, clareando o chão com diferentes cores e intensidades.
Próximo à divisória das torcidas, Alvo se deparou com uma cena deplorável. Uma barraca foi covardemente atacada por vândalos fanáticos que trituraram toda sua

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