–
Mate-me logo! – implorou Tavares rolando pela grama tentando fixar seu olhar no
do Comensal da Morte. – Se é tudo o que quer faça logo! Não estou oferecendo
resistência!
–
Sim, Pascal, eu o matarei. Mas antes – ele caminhou lentamente para mais
próximo do homem gordo – gostaria de lhe mostrar algo. Como um verme que é você
se apresentará como uma boa cobaia.
–
O que quer de mim?
–
Faça – ordenou ele ignorando completamente a figura esdrúxula de Pascal caída
no chão como um animal.
O
homem gordo avançou alguns passos e se postou próximo à cabana onde estava
escondido Alvo. O que o forçou a diminuir ainda mais o filete por onde ele espiava
o que acontecia do lado de fora do malão. O Comensal da Morte sacou sua varinha
e a apontou para a sombra da fonte.
–
Tolleumbras – murmurou ele com o
braço quase que petrificado.
A
reação gerada pelo feitiço do gordo foi similar à magia que os trouxera para o
acampamento. A sombra da fonte mudou de forma, até crescer e tomar o volume de
um cubo. Depois ela foi ganhando detalhes e contornos, transformando-se em uma
caixinha como um porta-jóias. O Comensal se agachou e a recolheu com suas mãos
de minerador e a entregou ao Comensal de cabelos longos.
–
Este objeto, Pascal é uma relíquia muito rara e perigosa – ele falava como um
educado professor à sua classe de alunos do primário. – Não existe um nome
específico para ela. Afinal só existem dois pares. Um se perdera pelo mundo. O
outro ficara na posse do meu
Ministério da Magia. O terceiro fora destruído na idade média por Merlim e pelo
rei Artur. E este está em minha posse. Esta relíquia é quase inexistente na
mente de bruxos, até dos mais sábios. O nome que seus conhecedores lhe dão é “A Nova Caixa de Pandora”. Nós só a
utilizamos uma vez desde que nos unimos, em um propósito que acabou sendo bem
sucedido. Mas também há mais algumas maneiras de se utilizar sua magia. E nós
vamos testar uma delas em você. Nós já o fizemos para calar o outro, mas queremos ver se ainda
funciona.
–
Caixa de Pandora? – repetiu Pascal em
um tom irônico. – Gostei do título.
–
Se gostou, agora aprenderá a temê-lo – falou o Comensal da Morte. – Você
descobrirá que nesta caixa de Pandora não estão contidas apenas os males do
mundo. Pode até se dizer que existem mais males aqui, e são bem cruéis.
–
Espero que todos vocês falhem nesta
tarefa! Espero que apoderação em uma cova como seu lorde de merda! – berrou
Pascal como uma voz lunática. Seus olhos se esbugalharam e sua língua escorreu
para fora da boca. Ele estava ficando louco.
–
Espanquem-no – ordenou o Comensal da Morte para seus subordinados que
obedeceram de bom grato.
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