sábado, 12 de maio de 2012

A Insônia, pág 7


– Parado ai, ou eu te estuporo! – gritou Alvo apontando sua varinha de núcleo de coração de dragão, trêmula, para o homem.
– Tudo bem, você me pegou. Mas poderia deixar seu pai fazer uma boquinha antes de enfeitiçá-lo?
O homem abriu a geladeira mais uma vez, fazendo com que a luz do aparelho eletrodoméstico incidisse sobre seu rosto. Harry Potter estava em pé, com as mãos levantadas próximas às orelhas com uma aparência bastante faminta e sonâmbula. Seus óculos estavam tortos sobre o rosto; os cabelos despenteados, cobrindo boa parte de sua cicatriz em forma de raio. Um pé estava descalço, e Alvo pode ver o sapato do pai jogado a alguns centímetros de onde se encontrava. As vestes estavam amarrotadas e o cinto estava desafivelado. Harry não estava de pijama.
– Podemos clarear mais a cozinha, não é? Lumus – ele se adiantou até sua varinha e a agitou, fazendo com que as lâmpadas da cozinha se acendessem, tornando a da geladeira dispensável. – Creio que eu fiz mais barulho do que devia. Acordei você, não foi?
– Não, eu já estava acordado – admitiu Alvo levantando a cadeira que ele derrubara. – Acho que a ansiedade não me deixou dormir muito.
– Compreensível – falou Harry. – Também não consegui dormir muito bem nas vezes em que fui ver a final da Copa Mundial...
Deixem os pertences da casa de meus senhores onde estão! – berrou uma voz asmática de rã velha, cortado a tranqüila conversa entre Alvo e Harry como um arranhão no quadro negro. – Mundungo Fletcher, se for você eu juro que lhe farei pagar!
– Está tudo bem, Monstro – afirmou Harry para seu elfo doméstico.
Monstro, o velho elfo doméstico da família Potter, irrompera de sua toca de baixo do fogão a mil por hora. Estava vestido somente com seu velho trapo que cobria sua nudez e carregava ameaçadoramente uma frigideira antiga, coberta de ferrugem e bastante amassada.
– Desculpe-me, meu senhor Harry. Mas Monstro ouviu uns barulhos, meu senhor... Ouviu que algo se estraçalhando, meu senhor... Depois ouviu as cadeiras caindo, mestre Harry... Monstro pensou... Monstro pensou que o ladrão Mundungo estivesse voltado a roubar a casa de meus senhores. Monstro sabe que o ladrão Fletcher não está em uma situação confortável.
– Está tudo bem, Monstro – repetiu Harry, dirigindo-se até o elfo e ajudando-o a abaixar a frigideira. – Lamento se eu os despertei ao quebrar o prato que estava equilibrando na porta da geladeira, mas eu já o consertei. Alvo também se assustara com o barulho e acabara derrubando a cadeira. A culpa fora toda minha, eu fui desengonçado.
– É. Desculpe-me, Monstro – disse Alvo.

2 comentários:

  1. A história ta bem maneira, mas eu li um dia desses que o Mundungo ta em Azkaban. Abçs

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    1. Muito obrigado!
      O Mundungo na verdade foi preso em Azkaban em 1996 depois de fingir ser um Inferi, dps ele fugiu ou foi solto.

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