puderam
ver Madame Castro mostrando ao Sr Tavares como se livrar de um tentáculo roliço
que se enroscava em um pé de oliveira, enquanto seus alunos do quarto ano
faziam anotações em silêncio.
–
A matéria mais chata daqui é História da Duendidade – afirmou Pedro ao passar
pela sala recoberta de vidros, onde o minúsculo Prof Crungue (menor até que o
Prof Flitwick, que lecionava Feitiços em Hogwarts) instruía poucos alunos do
quinto ano. – Crungue tenta fazer com que seja uma matéria obrigatória há
séculos, mas o diretor Dumont nunca aceitou a proposta. É bem confuso. Se o
Prof Rodrigues diz que os bruxos fizeram tal coisa, Crungue vai lá e desmente.
Se Crungue diz que foram os duendes que forjaram tal artefato, Rodrigues afirma
que foram os bruxos... É por isso que nunca há mais de quinze alunos na
Duendidade. São mais aqueles que querem fazer parte da Embaixada Duendina, que
faz a ligação entre bruxos e duendes.
–
E as aulas de Línguas Estrangeiras? – perguntou Rosa ainda muito fascinada com
a eletiva.
–
É legal. Acabei de me transformar fluente em gigantês, não é muito difícil. E
Nakamura é um cara legal – continuou Pedro apontando com o polegar para a sala
de aula do Prof Kazuko que tinha dos andares, onde o segundo era como uma
biblioteca particular repleta de dicionários de diferentes línguas bruxas e
trouxas. – Dizem que o pior é o grugulês. São poucos que passam fluentes nessa
matéria. E é graças a ele que todos nós de Bruxolunga sabemos o que vocês
falam. Inglês foi a primeira língua ensinada.
–
Ah, é verdade! Vocês começaram o ano letivo no início deste ano! – exclamou Rosa
finalmente desgrudando seus olhos azuis dos livros do Prof Kazuko.
–
Mais precisamente em fevereiro. Temos longas férias de dezembro até início de
fevereiro. E um pequeno recesso em julho.
–
Completamente diferente de nós – garantiu Alvo.
–
Que chato! – bufou Lílian.
–
E aqui tem neve? – quis saber logo Hugo.
–
Só no acampamento dos Tigres. Eles dominam o Feitiço de Meteorologia e são os
únicos que fazem nevar no inverno. Vejam, que exibidos... Eles nunca têm um dia
feio. Só chove quanto querem que o gramado fique verde.
Pedro
apontava para um acampamento de madeira e cabanas encantadas que se prolongava
em um campo plano mais ao centro do pico. Cada cabana parecia abrigar cerca de
seis alunos, pois eram grandes e fartas com archotes diferentes e pequenas
placas com as séries de cada um de seus ocupantes. Possivelmente aquela era uma
área nunca catalogada pelos trouxas, pois seria impossível haver campos e
montanha juntos daquela forma, e uma floresta suspensa e uma lagoa...
–
Por que o nome é Lagoa de Prata? – perguntou Lílian despindo seus pés das
sapatilhas amarelas e mergulhando-os na água gelada.
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