domingo, 27 de maio de 2012

Colégio Interno de Magia Bruxolunga, pág 19


– Nunca fiz essa pergunta – admitiu Pedro recostando em uma cerejeira e vendo Lílian e Hugo brincarem na beira da lagoa. – Só não vão brincar mais para o fundo. Tem uma pequena colônia de Botos-Cor-de-Rosa e a Iara já disse que não quer mais humanos nadando perto de sua casa.
– Botos de que? Iara quem? – Tiago mal conseguia formar uma frase com todos esses nomes de criaturas novas.
– São animais de nosso país. Vocês já não têm explosivins e hipogrifos. Nós temos o boto, a Iara, a Mula sem Cabeça, e o Curupira. É por isso que a Floresta Sagrada é proibida para nós alunos. Todos nós sabemos que as lendas sobre o curupira são verdadeiras. Ele é uma criaturazinha que parece um menino de cabelos cor de foco com os pés para trás. Ele confunde os caçadores – e alguns alunos, e os mantêm presos na floresta. E a Mula sem Cabeça, eh, o nome já diz tudo. Só que ela jorra fogo pela cabeça – explicou o garoto brasileiro como se tivesse decorado cada palavra de um livro de Trato das Criaturas Mágicas. – Heraldo Costa já viu uma quando cumprira detenção na floresta. E alguns espalham que há um lobisomem mais para a parte oeste. Nunca soube de nada, e nem quero entrar lá para saber.
– Parece um lufalufino – deixou escapar Alvo.
– Está falando com um completo sonserino, Alvo-fofoqueiro – respondeu Tiago rispidamente.
– Ei, podem traduzir para mim? – interrompeu Pedro com cara de desentendido. – Lufalufino, sonserino... Que diabo é isso?
– São nossas casas em Hogwarts, depois falamos mais sobre elas – prometeu Rosa enfiando os dedos dos pés na terra úmida. – E as casas daqui? Por que: grifos, tigres e jaguares?
– A história se baseia na época da Idade Moderna, quando o Brasil abrigou uma verdadeira escola de magia. Foram três irmãos versados em magia com descendência européia que escalaram o Pico da Neblina e construíram aqui o Colégio Interno de Magia Bruxolunga. Os irmãos Leopoldo, Leocádio e Isabel Gonzaga eram os mais habilidosos e poderosos bruxos daquela época por essas bandas de cá. E cada um possuía um animal como patrono. Cada um usou esse patrono para nomear sua Casa aqui na escola. Leopoldo era: o Tigre. Corajoso e destemido, sobrevivente de grandes expedições pela mata e Senhor das Savanas. Seu maior dom era o amor pela natureza, e seu pior defeito era o exibicionismo exagerado. Os alunos dos Tigres o seguem com algumas de suas características e são selecionados para sua Casa. Sua cor é a laranja.
“Leocádio era: o Jaguar. Fundador de minha casa, ele era o irmão do meio. Era muito calculista e tinha uma memória de se invejar, mas não conseguia estar no alcance dos holofotes sem se tornar arrogante. Este é o carma dos membros de nossa Casa, mas nós somos legais. Nossa cor, como vocês podem ver, é o verde musgo.”

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