“Por
último e não menos importante, vinha a mais nova da família, Isabel e seu Grifo
de cor roxa. Ela era tímida e recatada, mas com um coração que poderia abrigar
dois mundos iguais ao nosso. Não existiam pessoas ruins para Isabel, somente pessoas. Mas ela era tanto quanto
covarde em certos assuntos. Não como nós Jaguares que temos medo das
circunstâncias que logicamente não podemos controlar e do desconhecido, mas os
Grifos têm quase medo de tudo que está fora de seu poleiro.”
–
Que trocadilho sem graça – disse Rosa meio aborrecida.
–
Não é trocadilho. É verdade! – Pedro
tentou se defender. – Cada casa tem uma sala comunal diferente. Os Tigres têm
seu acampamento idiota, nós Jaguares temos nossa caverna, que não é logicamente
uma caverna, mas como fica nas masmorras, o apelido pegou. E os Grifos têm a
Torre Sul que é chamada de poleiro.
Depois
de passarem um bom tempo na Lagoa de Prata, Pedro Bellinaso levou a Alvo,
Tiago, Rosa, Hugo e Lílian até a maior construção da cidadezinha que era Bruxolunga.
O castelo era sem dúvida a parte mais exuberante de toda a escola. Não era tão
grande, logicamente, como Hogwarts, mas o pouco que tinha já era o suficiente
para encantar os olhos de quem via.
Eram
poucos os cômodos que abrigavam o castelo, mas igualmente como Hogwarts,
tapeçarias e quadros de bruxos, bruxas, videntes e criaturas móveis eram
espalhados pelas paredes. O Salão Principal de Bruxolunga parecia um refeitório
cinco estrelas com paredes cobertas de janelas feitas de gelos que refletiam a
luz sem força do sol que se destacava do meio de tantas nuvens cinzentas que
cobriam o céu. Havia uma única longa mesa em forma de U, ligando os alunos aos
professores. Nos cantos, três estátuas celestiais e preciosas em forma dos
patronos de cada casa foram esculpidas de maneira acolhedora. Atrás área da
mesa onde ficavam os professores estava os retratos a tinta óleo dos fundadores
da escola. Cada um com seu particular ar de coragem, inteligência e meiguice.
Poucos alunos estavam presentes no Salão Principal. Alguns faziam deveres de
casa, alguns estavam lendo livros de títulos que Alvo não conseguira entender e
outros brincavam de um jogo que Alvo pode, momentaneamente, identificar como
uma espécie de ampulheta mágica que dava piruetas e marcava o tempo conforme os
participantes empilhavam bonequinhos de cera encantados, que berravam
instruções e formavam grandes pirâmides.
–
Eles estão jogando Empilha Fada –
explicou Pedro quando seu grupo turístico parou para ver um primeiranista
empilhar uma quantidade maior de fadinhas de cera que seu colega dos Grifos. –
Se você não fizer uma maior pilha que a de seu adversário antes do tempo acabar
– ele apontou para a ampulheta – o grupo de fadas se torna agressivo e explode
jogando Gosma de Chiclete em você. Parece bom, mas não é.
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