quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O Caçador de Destinos, pág 2

para o céu. A grama não fora aparada de maneira igual, tendo áreas com grande concentração de capim e outras com tufos de terra bastante maltratados. Alvo passou a mão pelo portão de madeira comida por cupins e esse automaticamente se abriu. O garoto não pode deixar de reparar na pequena plaquinha pintada a mão com tinta de árvores e pregos bastante enferrujados. “Morada de A. C. Ambratorix, o Caçador de Destinos. Favor identificar-se com o porteiro antes de entrar na residência. Obs.: Evitar contato visual com o papagaio.”
Alvo olhou para os lados e deparou-se exatamente com o que a placa informava. Um papagaio vesgo, empalhado vestido de porteiro repousava torto preso pelas pernas tortas em um vão da cerca. Ignorando-o, Alvo seguiu em frente, olhando bem para os lados, à procura de alguém.
Sentado em uma cadeira de madeira olhando sereno para o céu estava um homem, um pouco mais velho que Harry. Era magro e um tanto musculoso, como se ainda gostasse de levantar alguns quilos nos braços e correr pela estrada durante a alvorada. Vestia vestes de seda claras que mais se assemelhavam a um roupão, pois eram bem mais largas que seu corpo. Os cabelos eram bem parecidos com os de Alvo, porém eram muito, mas desgrenhados e rebeldes. Seus olhos eram castanhos-cajus e bastante sonhadores. Um dos dedos longos coçava o coro cabeludo. Ele estava pensando.
– Finalmente você apareceu, Alvo – falou o homem sem desgrudar os olhos dos céus. – Pensei que acabara preferindo brincar de freesbie com minha manticora e minha esfinge.
Alvo permaneceu calado.
– Ora, deixe de cerimônias. Você é sempre bem vindo em minha casa – o dedo continuava a coçar o cabelo, mas agora com mais vigor. – Afinal, é para isso que serve a família. Acolher uns aos outros.
– Sou da sua família? – perguntou Alvo de forma oca e temerosa. – Ou, você é da minha família?
– Um elo muito distante, eu devo admitir, mas sim. Somos parentes – E finalmente seus olhos desgrudaram do céu e se fixaram em Alvo. – Meu sangue corre em suas veias. Mesmo que seja menos de um por cento de seu sangue.
– V-você é Ambratorix – arriscou Alvo baixinho.
– Na verdade não uso esse nome há milênios, mas sim. Sou – garantiu o homem sorrindo. – Sou mais conhecido como o Caçador de Destinos, mas também atendo por esse nome.
Alvo não podia deixar de esconder sua cara confusa.
– Sei que tem muitas perguntas para mim – falou Ambratorix com absoluta certeza. – Então vou começar, obviamente, do começo. Primeiro esclarecerei todos os mitos que envolvem meus contos, ok?

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