quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O Caçador de Destinos, pág 1

Capítulo Dezoito
O Caçador de Destinos
Era um campo. Decididamente Alvo estava em um campo. A brisa matutina despenteava seus cabelos escuros. Seu corpo magro parecia estar nu, mas não estava. Tão pouco estava trajado com as vestes pretas e verdes da Sonserina. Alvo estava vestido com a camisa que mais gostava. Era uma de cor verde musgo, bem parecido com o limo de uma pedra ribeirinha. Sua jaqueta era azul, como o céu limpo sob sua cabeça. O jeans era bastante confortável, assim como os tênis escuros que ele tanto apreciava. Andava por uma estradinha torta de terra batida. A grama e relva cresciam ao seu redor, mas pareciam limitadas a não cobrir a estrada de terra batida que ele caminhava. Podia ouvir a batida do mar na terra, mas estava muito longe da costa para poder ouvir. Não era lógico. Também não parecia ser lógico ver andorinhas e diabretes voando curiosamente ao redor de uma toca de tatu. Tudo parecia bem estranho, assim como as ameixas dirigíveis que Alvo só vira de realce uma vez no jardim da casa do Sr Lovegood no alto da colina de Ottery St Catchpole. Nada naquele lugar parecia fazer sentido. Afinal de contas, Alvo nem sabia como havia chegado até lá. Lembrava-se apenas de realce de alguns fatos anteriores. De ter visto um homem bastante ferido, caído desacordado em uma gruta. De presenciar Rosa e Escórpio serem presos em um emaranhado de vinhas e ervas e de ter seu pescoço estrangulado por um bruxo alto de cabeleira loira.
Alvo continuou andando por aquela terra que parecia estar entre a Cidade dos Loucos e a Idiotalândia. Viu dois explosivins brigando entre si pelo que parecia uma barra de chocolate bastante suculenta. Mais para o leste, uma esfinge e uma manticora correndo atrás de um freesbie amarelo que parecia ser encantado. Um grupo de hipogrifos avermelhados passou de rasante cortando os céus como jatos, depois alguns hipocampos também passaram, mas bem mais lentos, como se admirassem aquele campo bastante inusitado.   
As pernas de Alvo (que a muito pareciam ter pedido independência de seu cérebro) pararam abrutalhadamente em uma cerca de madeira e cimento que separava o exterior de uma construção bastante obtusa. No início Alvo desconfiara ligeiramente que aquilo era o resultado de uma combinação de desastre ecológico e uma dona de casa com mau gosto, mas depois concluiu que era uma casa.
Era uma moradia que tentava imitar o aconchego de um chalé, mas que não obtivera sucesso. As paredes eram bem claras, pareciam pintadas de maionese, porém algumas das partes eram cobertas pode desenhos de máquinas mirabolantes e criaturas extravagantes. Cabeças encolhidas estavam penduradas no varal da casa junto a algumas roupas, todas cantando em uníssono como um coral Odo, o herói. No telhado de madeira cônica havia um rombo de mais ou menos quatro metros, de onde uma luneta, aparentemente de um telescópio, irrompia apontada diretamente

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