por baldes e baldes d’água lançados por um grupo de elfos que tentava apagar suas calorosas e alegres chamas. Exatamente no mesmo lugar onde deveriam estar no salão à cima, havia quatro grandes mesas de madeira no mesmo estilo que as que estavam no Salão Principal, exceto que as que estavam na cozinha não possuíam as bandeiras de suas respectivas casas. Aquilo deu a Alvo uma idéia de como eram servidas as comidas durante os banquetes da escola.
– O que vocês humanos estão fazendo na minha cozinha! – urrou um velho gordo elfo doméstico, balançando seu punho contra os sonserinos. Seus olhos eram pequenos e negros, como grandes caroços de feijão. Suas orelhas de abano chegavam a tocar seu sujo, úmido e chamuscado avental de cozinha – Bowy, já pediu a senhora diretora para proibir o acesso de estudantes à cozinha de Bowy. Os alunos desconcentram os elfos e exploram Bowy. Depois Bowy que é rabugento. Mas, Bowy só quer zelar pelos elfos.
– Você é muito ousado, elfo! – rugiu Erico lançando a Bowy um olhar superior. – Você deveria se castigar por insultar seus senhores desta forma! Se meu elfo me afrontasse desta forma já estaria se debatendo contra o armário.
– Mas Bowy já não se espanca por causa dos humanos! – retrucou o elfo amarrando a cara. – Bowy é um elfo livre, que não deve mais nada aos antigos donos! Aqueles desprezíveis...
De repente, Erico se precipitou contra Bowy esbofeteando o rosto do elfo. Bowy caiu a alguns metros dos garotos, o que se assemelhava a uma bola de carne moída caindo no chão. Mas o que impressionou a Alvo – mais do que a atitude horripilante do colega – foi o distintivo que se soltou do avental de Bowy. Um distintivo circular que rolou pelo chão da cozinha até recostar sobre o tênis de Alvo.
– Nós só queremos alguma comida – disse Cadu ignorando completamente a figura velha e murcha de Bowy. – Vamos fazer uma festa e queremos alguns doces.
Um amontoado de elfos correu destrambelhadamente pela cozinha, cada um com um prato transbordando de comida, prontos para entregar para Erico e Cadu. Alvo não soube dizer se os elfos estavam felizes em ajudar os três sonserinos ou se estavam com medo de serem esbofeteados por Erico.
– Vamos, Alvo – disse Cadu quando ele e Erico saiam da cozinha com os braços cobertos por pilhas de guloseimas.
– Ah, me dêem mais dois minutos. Preciso pegar uns, eh, Bolos de Caldeirão. Prometi para Ralf que os levaria – mentiu.
– Ok – respondeu Erico. – Nos vemos na sala comunal, senhor apanhador.
– Não foi certo o que Erico fez com você – murmurou Alvo depois que os outros deixaram a cozinha e aproximando-se de Bowy que ainda estava esparramado no chão. – Mesmo sendo amigo dele, não concordo com sua atitude.
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