– Sssenha? – pediu a cobra ingenuamente, como se nada houvesse acontecido.
– Humpf. – bufou Bruto socando discretamente a parede de pedras ao seu lado – Linhagem Pura.
Finalmente, com um estrondo e um baque pesado a porta se abriu.
A sala comunal da Sonserina não era muito mais calorosa que o restante das masmorras. É verdade que as labaredas verdes que dançavam na chaminé davam uma sensação maior de aconchego, mas mesmo assim o frio era constante. A sala comunal da Sonserina também contava com um grande e gótico conjunto mobiliário que Alvo imaginara que havia sido vendido pelo Conde Drácula. Os sofás que contornavam a chaminé eram negros e com grossos botões de caveiras; havia várias cortinas verdes com o símbolo da casa gravado em cada uma. Nas paredes havia inúmeras pinturas a óleo de bruxos e bruxas descendentes de Salazar Slytherin, além de uma enorme pintura com o retrato do fundador. Também encostados nas paredes estavam grandes armários de madeira negra que chegavam a tocar o teto. Mesmo com o passar dos anos, a sala comunal da Sonserina continuava com os ares e uma decoração dos tempos medievais.
– O dormitório feminino fica nos primeiros andares daquelas escadas à direita e o dos meninos à esquerda. – informou Flora Palmer em quanto os primeiranistas se agrupavam em torno do centro da sala comunal – O café da manhã será servido a partir das sete horas da manhã e tem duração até as onze.
– Amanhã todos vocês terão o dia livre. – completou Bruto Nott para a alegria dos alunos de primeiro ano – Podem explorar os terrenos o quanto quiserem, mas meu conselho é não se meterem com Pirraça.
– O poltergeist? – perguntou uma voz feminina no fim do aglomerado de alunos.
– O próprio. – afirmou Bruto balançando a cabeça – Filch está a cada ano mais caduco em função dele e o Barão Sangrento não suporta mais ter de ser chamado para controlar aquela peste.
Com isso o grupo de primeiranistas sonserinos foi liberado para seguir para seus dormitórios ou ficar e aproveitar a primeira noite na sala comunal. Os alunos mais velhos não demonstravam o mínimo interesse em se recolherem para seus dormitórios. Eles andavam de um lado para o outro conversando e se divertindo. Em uma mesa mais ao centro da sala comunal, três alunos estavam debruçados no plano redondo tentando sintonizar um antigo rádio-bruxo em alguma estação que tocasse alguma música agradável. No outro extremo da sala havia uma enorme porta de pinheiro com grandes maçanetas de prata. Alvo não sabia o que estava acontecendo por trás desta porta, mas pode deduzir que era algo barulhento, pois estrondos repetitivos e chiados de metal se chocando contra uma superfície sólida podiam ser ouvidos mesmo com todo o tumulto da sala principal.
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