Isaac não respondeu. Parecia que ele havia tomado uma descarga elétrica que o impossibilitara de falar. Ele deixara o garfo cair no chão e só o ecoar do metal batendo no mármore fez com que ele despertasse do transe.
– Pelas cuecas de Merlim! – berrou ele derramando seu suco de abóbora sobre a mesa da Sonserina, deixando o líquido percorrer toda a madeira até cair do outro lado, onde estava Nott. – Minha primeira noite em Hogwarts e... Já tenho um primo famoso!
– Olha aboca, Prewett. – resmungou Nott fazendo referência a expressão de Isaac – E olha que lambança! Eu ainda não aprendi o Feitiço Anti-Mancha.
Quando a cera das milhares de velas que cobriam o teto do Salão Principal começaram a derreter sobre as cabeças dos alunos, a diretora Crouch tomou conhecimento que o banquete estava próximo do fim. Mesmo sendo apenas meia noite, a diretora possuía compromissos inadiáveis, que só poderiam ser realizados com o fim da comemoração.
– Bem, – começou ela erguendo-se uma última vez de sua cadeira como diretora e encarando os estudantes em suas respectivas mesas – que noite, hein? Antes de nos despedirmos e rumarmos para nossos aposentos a fim de testarmos os novos Feitiços de Relaxamento que lançaram sobre nossas camas, gostaria que todos nos uníssemos para relembrar uma antiga tradição da escola que não se é repetida há algum tempo. Pensem na música que mais gostem e cantem a hino de Hogwarts!
Entre sussurros de desaprovação e cansaço, os Hogwartianos se levantaram das mesas prontos para cantar o hino da escola. Alvo não esperava que fosse obrigado a cantar o hino em seu primeiro ano. Como dizia a tia Hermione, a cantoria do hino de Hogwarts fora esquecida através dos anos, que era raro que um diretor se lembrasse de ordenar que os alunos o fizessem. Mas de um jeito ou de outro, a diretora Crouch havia se lembrado desse, e os alunos deveriam cantá-lo.
A Profª Crouch retirou sua varinha de dentro de suas grossas e negras vestes e Alvo se encantou com a graciosidade do artefato. A varinha não era muito regular como a dele, lembrava a antiga varinha de Belatriz Lestrange que ele vira uma vez, largada em um armário cheio de tralhas da casa do tio Rony e da tia Hermione. A diretora começou a apontar a varinha de um lado para o outro, como se espantasse um enxame de abelhas raivosas. Em poucos instantes, uma longa fita de cetim tão leve e frágil quanto à pura neve que cai dos céus se formou à cima das cabeças dos professores.
– Com ritmo, por favor. – ela respirou profundamente e começou a comandar os alunos como um maestro conduz seus subordinados para que juntos pudessem apresentar um espetáculo aceitável.
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