– Você acredita muito em si próprio. Uma qualidade sonserina, eu tenho de admitir. Mas sei que você é tão medíocre quanto seu papai. Enfrente-me, mestiço.
Alvo percebeu que Yaxley e Mylor berraram feitiços ao mesmo tempo, mas algo impediu que seus gritos chegassem aos ouvidos de Alvo. Novamente o garoto sentiu seu estômago ser puxado para trás causando-lhe uma terrível sensação de enjôo. As imagens se dissiparam rapidamente, como água em brasa. Uma grossa camada de fumaça invadiu as narinas e a boca de Alvo. E com um forte puxão, como se toda a pressão do mundo estivesse recaindo sobre Alvo, ele caiu sentado no mármore frio do corredor próximo a Torre Oeste, à frente da estátua que simbolizava o Memorial de Hogwarts e com uma figura espectral e fantasmagórica flutuando ao seu lado.
Alvo não se mexera, continuava a encarar a figura transparente do fantasma espectral que flutuava ao seu lado. Assim como Alvo, o fantasma se mostrava muito cansado e fraco, fazia todo o esforço possível para continuar visível à Alvo. O fantasma não se mostrava tão velho quanto os demais que flutuavam por Hogwarts. Ele era muito mais novo que o Barão Sangrento ou o Frei Gorducho, o fantasma da Lufa-Lufa. Seus cabelos eram curtos e despenteados e naquele momento assumiam a habitual tonalidade branco-pérola de todos os fantasmas. Alvo também notou que o fantasma vestia roupas casuais, muito similares a um par de pijamas, mas que poderiam ser confundidas facilmente com roupas para o lar.
– Eu vi. – ecoou uma voz fúnebre e distante que Alvo identificou como vinda do fantasma. Ele não mexia os lábios para formar palavras, somente abria a boca e permitia que uma voz oca saísse por esta – Você estava morrendo. Mais um instante naquele mundo e...
O fantasma relaxou os ombros e acenou com a cabeça para a placa de bronze. No instante seguinte ele mergulhou abobalhadamente ao encontro do Memorial de Hogwarts, sumindo da vista de Alvo.
– Então lhe devo a vida. – afirmou Alvo para a estátua.
No mesmo instante Alvo baixou seus olhos sobre a placa de bronze, mas não havia mais nenhum nome gravado nela. Letras aleatórias surgiam magicamente na estrutura de bronze. Lentamente elas se organizaram e formaram uma frase.
Você deveria ter mais cuidado, Alvo Potter.
Depois que Alvo leu a frase seu corpo todo estremeceu. Como o fantasma poderia ter conhecimento de quem ele era?
Não se assuste. Formou-se a frase tranqüilizando Alvo. Nós fantasmas temos uma visão mais ampla que a dos vivos. Se bem que ainda não posso me chamar fantasma.
– O q... Q-quem é você? – gaguejou Alvo ainda tremendo.
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