formavam no céu. A menina apertava os olhos
tentando distinguir algo de incomum no céu. Quase ninguém prestava atenção
nela, até que ela soltou uma exclamação de susto e medo. Seu dedo indicador
esquerdo apontava para o céu, mas ela não conseguia falar o que via. Seu rosto
havia ficado pálido e ela mal piscava.
– Ellie, o que aconteceu? – perguntou Alcione
Hitchens, a primeira a perceber a maneira estranha de Ellie. Aos poucos outros
alunos dos outros anos também tentavam falar com Ellie ou olhar na direção em
que o dedo da primeiranista apontava, mas nada era explicado.
– O que está havendo ali no meio? – Alvo
perguntou, jogando a mochila por trás dos ombros e saltando para mais perto de
Ellie e dos outros alunos. Escórpio e Rosa o acompanharam no mesmo pique.
Todos os alunos que estavam no Pátio de
Transfiguração tentavam fazer com que Ellie falasse alguma coisa. Alguns alunos
deram as costas para ela, achando que era apenas uma maneira dela chamar
atenção, mas os que restavam percebiam que ela não estava bem. Rosa tentou
falar com a menina, mas ela não falava nada, apenas gaguejava.
– De... De... D-de... Dem...
– Ellie perdia a cada momento um pouco mais da cor de seu rosto. Alvo tentou
seguir a direção do dedo indicador de Ellie, mas tudo o que conseguia ver eram
nuvens negras flutuando no céu.
Eram nuvens densas e escuras que escondiam
qualquer rastro de sol. Flutuavam pelo céu frio daquela tarde escura e se
aproximava... Aproximavam-se rápido demais para nuvens. Conforme as nuvens se
aproximavam, Alvo percebera que não eram apenas nuvens de chuva, havia algo a
mais flutuando no céu. A cada instante a temperatura caía. Quando expirava, ar
frio saía de sua boca. Suas mãos formigaram por um instante, ele sentiu um
arrepio que percorreu cada centímetro de sua espinha.
– C...
corram – Alvo disse, não foram todos os presentes que o ouviram, mas alguns
alunos o observavam, assombrados. Escórpio e Rosa o encararam surpresos.
– De... Dem... – Ellie
continuava, em uma repetição frenética e cada vez mais acelerada.
– Dementadores
– Alvo completou. – DEMENTADORES!
Houve uma onda de exclamações. Os alunos ao redor
de Alvo encararam-no surpresos e em seguida olharam para o céu, procurando
qualquer sinal dos dementadores. Mas Alvo sabia que era verdade. Conhecia muito
bem aquele frio e aquela sensação que tomava seu coração. Não era apenas medo,
mas tudo de ruim que poderia sentir. Era compreensível que Ellie estivesse
naquele estado, estava apavorada. A menina estava sendo tomada pelo medo.
– Dementadores!
– um menino gritou, poucos segundos antes de correr para dentro do castelo,
repetindo o alerta diversas vezes, cada vez mais alto. – Estão vindo! Estão se
aproximando... DEMENTADORES!
Antes que pudessem se dispersar, os alunos no
Pátio de Transformação sentiram uma nova onde de frio apoderar seus corpos e
seus pulmões. Dos céus, uma ninhada completa de criaturas encapuzadas com mãos
podres e cheiro de morte descia em alta velocidade. Se tivessem olhos, Alvo
tinha certeza de que estariam se deliciando com a visão do pavor que causavam
os alunos no pátio.
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