que a cobra sentinela falava, chegou logo à sala
comunal. Porém, Alvo não fez a redação.
Quando entrou na sala comunal da Sonserina, Alvo
encontrou com a última pessoa que ele esperava ver lendo um livro na frente da
lareira como se as férias de Natal já tivessem chegado. Alvo não via Sara
Aubrey desde quando ela salvou Ashton e ele da emboscada que os alunos da
Sonserina haviam planejado. De lá para cá ele só ouvia as outras pessoas
falarem sobre como ela estava apática e doentia, sempre andando sozinha e
respondendo as pessoas com o mínimo de palavras possível. Sempre que ouvia algo
relacionado ao estado de saúde de Sara, Alvo ficava triste e chateado em saber
que a garota estava cada vez pior, e que até mesmo o interesse da menina pelo
Quadribol estava diminuindo. E a pior parte era que ele não sabia o porquê de
tanta tristeza e sofrimento. Ele tinha curiosidade em saber, mas também queria
consolar a amiga, mas tinha receio de acabar piorando a situação de Sara se
tocasse em um assunto que ele tentasse evitar.
– Eu não tive a chance de agradecer devidamente
pelo que você fez comigo e com Ashton uns meses atrás – Alvo disse timidamente,
escolhendo com cuidado cada palavra conforme se aproximava de onde Sara estava.
– Não precisa fazer cerimônia quanto a isso, Alvo
– respondeu ela, desviando o olhar de seu livro e encarando Alvo com um olhar,
até que, simpático, mesmo que os olhos dela estivessem delineados por pequenas
olheiras. – Até mesmo porque, depois das palavras de Bruto, a maioria dos
sonserinos caiu na real e deixou de implicar com Bennett. Os que continuaram
também deixaram de fazê-lo após a morte de Brian. Hoje, se Ashton tem algum
problema, não é muito diferente dos outros novatos. E agora, além de tudo, tem
esse aluno que azara os valentões e ajuda dos calouros.
Alvo tentou não enrubescer quando ela disse
aquilo.
– E como você tem passado? Não te vi hoje no jogo
contra a Corvinal.
– Qual foi o resultado? – ela pareceu um pouco
mais interessada naquele momento.
– Ganhamos. Consegui despistar Henrietta e
capturei o pomo.
– Que bom. – Ela fechou o livro, repousou em seu colo
e alisou a capa do mesmo com suas mãos brancas. – Não tenho tido muito tempo
para o quadribol. Queria poder voltar a jogar, mas meu ânimo para os esportes
não está como costumava ser. Talvez eu passando o Natal mais uma vez no castelo
tenha um tempo maior para organizar meus pensamentos. Talvez isso seja bom para
mim.
– Sara, sem querer parecer intrometido, mas – Alvo
hesitou em falar tudo de uma vez, sabia que as emoções de Sara estavam
confusas, quase todas as colegas dela falavam isso, por isso ele teve cuidado
com o que iria falar – já faz um tempo que eu não vejo aquela Sara Aubrey do
ano passado, que quase ficou com minha vaga de apanhador da Sonserina, que
cuidou de mim durante minhas passagens pela Ala Hospitalar... A última vez que
eu vi aquela Sara, ela salvou o meu pescoço e o de um amigo, mas o que eu vejo
e escuto falar de você me faz pensar que um espírito agourento ou um dementador
sejam de boa companhia os comparando a você...
– NUNCA mais diga isso! – Sara gritou, cerrando
as mãos contra seu livro, marcando a capa do mesmo com a forma de suas unhas. –
Dementadores são
Nenhum comentário:
Postar um comentário