domingo, 20 de outubro de 2013

O Buscador de Cera, pág 8



– O que de tão especial e importante há nesta caixa? – perguntou desta vez Rosier, se metendo por entre os alunos e se aproximando do compartimento de madeira que ainda vibrava. Com seu nariz empinado ela fungou o ar ao redor de seus ombros e para mais além na direção da caixa, e certamente não gostou do que sentira, pois logo contorceu sua face em uma careta exageradamente cômica. – O senhor não gosta de perguntas? – acrescentou ela com sua expressão sarcástica e malvada, desafiando o professor secretamente, pois Rosier nunca teria a coragem que Alvo tivera de duelar com o Prof Buttermere diante da classe.
Retribuindo a mesma mirada sarcástica à aluna, o Prof Buttermere estufou o peito para responder à pergunta. Ele parecia revigorado com o desafio silencioso proposto por Rosier. Sem sombra de dúvidas, Buttermere não gostava de ser tapeado ou ridicularizado por seus alunos. Foi assim com Alvo e seria assim com Rosier. Entretanto, como a menina foi menos atrevida que ele, certamente Buttermere também bolaria outra maneira, que não desafiá-la para um duelo, como maneira de puni-la por sua tentativa de ridicularizá-lo. E pela primeira vez na vida, Alvo estava interessado em saber como terminaria uma aula de Defesa contra as Artes das Trevas organizada pelo Prof Buttermere.
– Esta caixa contém uma ninhada completa de escaravelhos vermelhos – concluiu o professor, revelando finalmente do que se tratavam aquelas criaturas que se agitavam e faziam a caixa vibrar. – Aqui nesta sala eu estou com um carregamento com cerca de três dúzias de escaravelhos vermelhos. Sua tarefa hoje será encontrar uma maneira de impedir que estes escaravelhos fujam desta sala e invadam Hogwarts. Espero que todos vocês tomem muito cuidado, o destino deste castelo estará em suas mãos. Já não bastam os acontecimentos recentes no castelo, uma infestação de escaravelhos vermelhos não seria nada conveniente. Filch certamente se suicidaria ou, se estiver menos descontrolado, pediria demissão.
– Isso não parece tão ruim! – brincou Isaac fazendo com que uma onda de risadas e gargalhadas brotassem da sala silenciosa como o magma em um vulcão em erupção. Até mesmo o Prof Buttermere esboçou um risinho.
– Sim, acredito que eu tenha me expressado mal. Mas a picada de um escaravelho vermelho, o do mundo mágico pelo menos, causa constantes sensações de fracasso, incapacidade, remorso, arrependimento e culpa. Sem falar que a ferida pode atingir até dois centímetros de espessura sem falar que haverá presença de pus. E, é claro, as sucessivas doses de injeções não são nada agradáveis. Existem poções que se podem tomar para aliviar os sintomas da picada, mas não irá curá-lo por completo. Os remédios e poções devem ser injetados diretamente em suas veias para que possam fazer efeito e aniquilar os sintomas da picada, caso contrário, estará enxugando gelo. Isso é motivação suficiente para o senhor, Sr Prewett?
– Vou estuporar o primeiro escaravelho que passar por mim! – bradou Isaac com entusiasmo e já sacando a varinha e se postando em uma ridícula e exagerada posição de combate.
Todos riram de Isaac, que parecia bastante satisfeito em chamar a atenção do grupo, entretanto, Rosa foi a única que permanecera séria olhando para Isaac bastante desdenhosa.

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