domingo, 20 de outubro de 2013

O Buscador de Cera, pág 7



vinhas arranjadas em um irregular círculo com uns dois metros de diâmetro. No centro do círculo estava uma caixa retangular de madeira coberta por uma lona cor de marfim, surrada, remendada e com alguns rasgões aparentes. Só de observar a caixa dava para ver que ela vibrava e tremia, como se o que estivesse dentro dela estivesse excitado para deixar a escuridão de seu interior.
Antes mesmo que a turma pudesse ter a curiosidade ainda mais aguçada, o Prof Buttermere se apresentou e se pronunciou de uma maneira cansada e apática. Alvo não pode deixar de reparar que o professor estava ainda mais mal cuidado do que antes era. Seus cabelos estavam tão quebradiços que ele imaginou que poderiam se desprender se uma brisa de vento batesse neles. O professor também estava com olheiras bem fortes, criando duas marcações arroxeadas em forma de luas minguantes abaixo dos olhos de Buttermere. Teria ele se desgastado executando mais uma magia negra? Alvo ficou pensando e tentou transmitir suas especulações, discretamente para Escórpio e Rosa, somente com o olhar.
Escórpio, que estava ao seu lado, pois esperava que sentasse com ele como de costume nas carteiras duplas da sala, percebeu o estado de saúde do Prof Buttermere no mesmo momento em que Alvo lhe encarou. Já Rosa ou não prestou atenção ou não quis dar o braço a torcer ao primo.
– Boa tarde, alunos – falou o professor tentando transparecer que estava bem.
– Boa tarde, professor – responderam como um coro, de pé.
– Bem, acredito que todos estejam se perguntando o porquê desta arrumação na sala... Verdadeiramente, não estava em meu planejamento avançar na matéria para este momento, hoje continuaríamos com o estudo sobre a magia armazenada em talismãs, cetros e relíquias milenares. Contudo, eu não contava com a eclosão adiantada dos ovos, e caso não estudássemos esses espécimes agora, poderíamos perder a chance destas observações uma vez que o castelo e o Prof Hagrid não possuam os materiais necessários para seu cuidado. O que provocaria a morte de todo este grupo, e como esta é uma espécie de considerável risco de extinção, nós não queremos isso. Desta forma, esta será a única aula que teremos para estudar estes animais egípcios fascinantes. Uma vez que todas as conclusões tenham sido tiradas e todas as perguntas respondidas, uma representante da embaixada egípcia, que também é minha amiga, Nailah Fayad, virá a Hogwarts para que aja uma certificação de que toda a colônia será encaminhada direto para o Egito.
– E por que está nos contando isso? – perguntou Zabini com ar de entediado. Conforme o tempo passava, Alvo ficava cada vez mais distante de seu colega de turma. Zabini mal falava com os outros sonserinos que não fossem amigos de Teseu ou Vaisey ou Rosier e agora, mal se dirigia aos seus colegas e antigos amigos que dividem o quarto com ele.
– Para que fiquem informados de que nenhuma destas espécies será morta, Sr Zabini –respondeu o Prof Buttermere notando o desleixo e a falta de interesse de Antônio. – Afinal de contas, como aluno, e principalmente, como meu aluno, é esperado que você sempre tenha o gosto pela busca do saber. Nunca se contente com uma resposta afirmativa quando ela se apresentar a você. Questione, assim que são formados os grandes homens, os grandes bruxos...

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