domingo, 20 de outubro de 2013

O Buscador de Cera, pág 18



– Seu padrinho me contou que você receia que eu seja um assassino – a naturalidade na voz do professor era estranha, sinistra e incômoda a Alvo. – Eu pedi que a Srtª Longbottom permanecesse em sala para me desculpar por ter feito-a presenciar a utilização da Maldição Cruciatus, acho que nenhum Longbottom aguenta mais presenciar alguém a utilizando. No seu caso é diferente, Potter. Eu quero que acredite em mim, que me permita olhar dentro de seus olhos e dizer sem medo ou hipocrisias... Eu sou inocente! Sou seu amigo e posso te ajudar.
Alvo ouviu as palavras do professor com atenção e por um instante considerou aceitá-las. Mesmo vindo de um homem que ele suspeitava desde o primeiro momento em que o vira, parecia que pela primeira vez Buttermere estava sendo totalmente franco com ele.
Naquele instante, Alvo se lembrou de todas as suspeitas que seu pai um dia tivera contra o Prof Snape e que no final se provaram injustas e erradas – embora Snape fizesse extremamente bem seu papel de carrasco. Ainda assim, Alvo não pode inteiramente confiar em Buttermere. Ele era esperto, sem sombra de dúvidas e poderia muito bem despistá-lo. Mesmo assim, Alvo decidiu não prolongar o assunto e respondeu:
– Confesso que não gosto de você – foi como tirar uma bagagem de duzentos quilos dos ombros. – Preferia o Prof Silvano. Achei que você era exibicionista, principalmente quando me desafiou para duelar e achei que era um assassino, assim que deixou que Amélia enfrentasse a quimera sozinha. Tive medo todas as vezes que cruzei aquela porta para suas aulas, e principalmente depois que te vi executar duas Maldições Imperdoáveis hoje. Como sonserino eu deveria dar as costas para suas palavras e continuar a crer que você é meu inimigo. Mas como um Potter estou sempre disponível a ouvir suas palavras. Lamento pelas vezes que eu te acusei sem provas. Desculpe-me...
– Desculpas aceitas – o professor falou com a maior naturalidade do mundo, bebericando mais um pouco seu chá. Por entre a forma de porcelana da xícara, Alvo teve certeza de ter visto um sorriso brotar, um sorriso singelo. – Eu também não gosto de você, Potter. Prefiro mais o furanzão de sua prima... Ah, eu não o roubei, ele veio até mim porque parece gostar de intimidar escaravelhos vermelhos. Além disso, devolvo a Sonserina os cinquenta pontos que tirei naquele dia lamentável.
Alvo não pode deixar de sorrir. Não tinha graça, mas mesmo assim ele sentiu vontade de esboçar um sorriso. Por quê? Ele mesmo não sabia. Entretanto, sabia que havia verdades nas palavras de Buttermere, mais verdades de que as suas próprias continham, pois Alvo teve cuidado de falar exatamente o que queria, sem inocentar previamente o professor de suas acusações, uma vez que qualquer um poderia ser culpado. Também concluiu que havia ganhado um novo aliado. O qual era um bonequinho feito de cera que se escondia dentro de sua mochila e que poderia fazer quase tudo que ele ordenasse.

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