segunda-feira, 29 de julho de 2013

Um Dia Nublado, pág 1



Capítulo Quinze
Um Dia Nublado
E
stupefaça! – gritaram os três juntos com uníssono.
Três rajadas vermelhas brotaram das respectivas varinhas de Alvo, Escórpio e Rosa, em alta velocidade. As rajadas dos feitiços estavam tão próximas que se uniram em uma incandescente bola de luz vermelha que atingira o lobo no ombro direito, fazendo-o recuar para trás uns dois ou quatro passos.
– Não é um lobo comum – disse Rosa ainda mais alarmada.
– Com todo o respeito, prima, – pediu Alvo recuando um passo – mas não é preciso ser um gênio como você para chegar a essa conclusão.
– Não é disso que eu estou falando – retorquiu ela meio azeda. – É quase do tamanho de um lobisomem, e sua força, se levado em consideração seus ataques, é descomunal.
– Então como lidamos com ele? – perguntou Escórpio sem desgrudar seus olhos cinzentos do lobo.
– Vamos ter de tentar atordoá-lo, mas não conseguiremos matá-lo ou neutralizá-lo completamente – a garota analisava o terreno ao seu redor na esperança de encontrar algum meio de surpreender o bicho ou de ganhar uma vantagem sobre ele utilizando apenas a geografia ao seu redor.
– Melhor começarmos logo – sugeriu Alvo recuando mais um passo, conforme o lobo caminhava no encontro dos três. O animal arranhava o chão com suas patas, arrancando a grama e o capim ao seu redor e deixando longas tiras de terra funda por onde passava.
O lobo não esperou que Rosa formasse um plano detalhado para capturá-lo. Latindo, ele se deslocou com uma velocidade incrível para cima dos três sem preferência por uma presa específica. Alvo murmurou um feitiço para que faíscas amarelas queimassem a pele do lobo, não foi uma boa idéia. O lobo se enfureceu com ele e desviou seu trajeto, agora se focando somente nele. Ao mudar de trajetória, ele levantou uma quantidade considerável de terra que formou uma espécie de onda e caiu sobre Escórpio.
Estupefaça! – gritou Alvo.
O feitiço estourou no peitoril do lobo, mas ele mal surtiu efeito. Com um rugido, o lobo se colocou sobre as patas traseiras e, com suas garras à mostra, rasgou a frente da blusa de Alvo e sua pele, espirrando sangue para os lados e arremessando o sonserino para trás e sua varinha para mais além.
Ao cair, uns três metros para trás de onde se encontrava, Alvo sentiu suas costas ferverem. Sua respiração ficou fraca e ele mal conseguiu inalar ar pelos pulmões.
O lobo continuara seu caminho para atacar mais a Alvo. Rosa continuava a estuporar a fera, mas eram poucos seus feitiços que o acertavam, e os que o faziam, quase nenhum dano causavam.
– Feitiços não estão funcionando – disse Escórpio correndo para perto de Alvo e do lobo, que agora rolavam pela grama em uma disputa mortal. O lobo tentando morder o rosto de Alvo e o menino tentando livras ambos os braços das garras do lobo ao mesmo tempo em que socava seu focinho.

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