Sem pensar no que fazia, pois caso o fizesse
reconsideraria todos os fatos e não faria o que estava prestes a fazer,
Escórpio saltou sobre a criatura, abraçando seu pescoço com força tentando
fazer com que o lobo sufocasse. Seus dedos agarravam a pelagem e os cabelos do
lobo sem piedade do animal que fungava a cada puxão vindo de Escórpio. Embaixo
da fera, Alvo aproveitava o ataque de Escórpio para se desprender do lobo e
socar a onde, aproximadamente, deveria estar a boca de seu estômago.
Quando o lobo estava pronto para recuar, ou
desabar devido aos sucessivos golpes físicos que sofrera, um feitiço zumbira
pelo ar acertando bem nas costas de Escórpio e o jogando para mais de dez
metros de onde estava ele, Alvo e o lobo. Em seguida foi Alvo o atingido. E ele
se perguntava o porquê de Rosa estar enfeitiçando eles e não a criatura. Seus
músculos se comprimiram quando ele foi atingido pelo Feitiço do Corpo Preso,
sem poder se livrar do lobo.
– Impedimenta!
– gritou quem estava lançando os feitiços, e assim, Alvo tomou conhecimento de
que não era Rosa quem estava os enfeitiçando. Era um jovem, que andava em
passadas largas e tinha a varinha em punho na mão direita e na esquerda
apresentava a manga de seu casaco rasgada e um lenço com alguns bordados por
entre os dedos.
– “Impedimenta”,
por que eu não pensei nisso? – se perguntou Rosa, agora mais calma.
O jovem que prendia o lobo tossiu.
– Teddy, seu cão feioso! Eu disse para não se
transformar em lobisomem desta forma, você não consegue controlá-la ainda.
Então ele começou a cantar um encanto que parecia
acalmar o lobo, ou melhor, pelo que entendeu Alvo – ainda petrificado, Ted
Lupin. O lobo parou de se debater e começou a sentir suas pálpebras pesassem.
Em fim, o lobo adormeceu, e o jovem quebrou o encanto. Em passadas curtas e
cansadas, o jovem se aproximou de Alvo, e consequentemente de Ted.
– Finite
– falou o jovem desfazendo o Feitiço do Corpo Preso que ele próprio lançou
contra Alvo. – Sinto muito por tê-lo enfeitiçado, Al. Mas se eu não o fizesse
acho que vocês teriam espancado Teddy até a morte.
Antes mesmo que pudesse levantar, Escórpio subiu o
barranco por onde foi arremessado, abraçando o braço direito com o esquerdo.
Havia um osso que se destacava, criando uma espécie de calo enorme em seu
ombro. Também havia pedaços de gravetos e algumas folhas secas presas em seu
cabelo loiro, agora bastante despenteado.
– Que baboseira é essa?! – berrou ele
inconformado, seu rosto, pela primeira vez em meses, não estava pálido e sem
cor como de costume, mas vermelho devido ao sangue que subira para sua cabeça e
todo molhado devido ao suor que escorria por sua testa e ia até o pescoço. –
Primeiro um ataque de criaturas de pedra, depois um lobo do tamanho de um boi e
agora você vem aqui e nos ataca! O que é isso? Sociedade
Protetora dos Animais?!
Em pé, segurando o lenço
com mais força e limpando seu nariz com ele, meio sem graça e nem um pouco
assustado, estava Ethan Humberstone. Sua aparência era
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