domingo, 20 de outubro de 2013

O Buscador de Cera, pág 14



Ai! – gemeu Alvo quando sentiu uma garra afiada rasgar sua meia e sua pele abrindo um ferimento de uns cinco centímetros na altura de seu tornozelo e com a profundidade suficiente para fazer com que uma gota de sangue escorresse pela carne.
O animal que o atacou guinchou e saltou para longe, esbarrando na mesa do Prof Buttermere com tamanha força que fez com que uma ampulheta que estava repousa na mesa vibrasse.
– Dexter, seu rato idiota, o que diabos você está fazendo aqui?! – ralhou Alvo se agachando para ver o ferimento provocado pelo furão de Rosa. – Rato burro! Não era para você estar na torre da Grifinória? Será que alguém pode me dizer por que esse bicho idiota me odeia tanto?!
Ao dizer essas palavras, Alvo sentiu sua mão direita, a que segurava o boneco de cera, ficar quente, tão quente quanto quando ele tocou na maçaneta da sala do Prof Buttermere. A cera parecia ficar mais maleável e fervente, como carne ao fogo.
Você me convocou e eu respondo ao seu chamado.
Assustado, Alvo largou o homem de cera na mesa de Buttermere e ao se dar conta do que havia acontecido com o boneco, notou que ele havia ganhado vida e agora estava esperneando e proferindo xingamentos em egípcio antigo.
– O-o que está acontecendo aqui? – bradou Alvo recuando de onde largara o boneco de cera e agora, sacava sua varinha, apontando para o boneco como se ele, Alvo, fosse um caçador com uma espingarda e o boneco um leão faminto. – E-eu só estava brincando! A culpa é daquele furão!
Ai! – ainda reclamava o boneco tentando desgrudar a face maleável da madeira da mesa. No mesmo instante, Dexter chegou ao centro da mesa saltando do chão para a cadeira do Prof Buttermere e desta para a mesa. Curioso, Dexter começou a cheirá-lo como se esperasse detectar sinais de que ele seria uma presa digna de ser seu jantar. Novamente o boneco proferiu palavras em uma língua que Alvo não conhecia e ao ver que não surtia efeito e que os bigodes de Dexter ainda roçavam seu corpo, ele gritou em inglês – Sua escova de sapatos velha! Eu não sou um rato, nem uma fada nem um tronquilho! Agora, se você tem amor aos seus bigodes, tire esse focinho imundo do meu traseiro!
Mesmo antes que Dexter pudesse reagir às ordens do boneco de cera, Alvo o expulsou da mesa e, contragosto, o furão correu para um canto da sala e por lá ficou envolto em seu rabo.
Para tentar acalmar o boneco, Alvo o ajudou a desprender sua cara da mesa. Ao libertar o boneco, Alvo notou que sua face havia ficado mais achatada do que antes, o que foi engraçado e o fez rir da situação.
– Eu agora tenho cara de palhaço?! – reclamou o boneco, mas logo depois ele deve ter sentido que a face estava deformada e começou um processo para remodelar sua circunferência original. – Não precisamos espalhar essa parte para ninguém. Nem a do furão me fungando.
– E o que seria você? – foi a única coisa que Alvo pensou em dizer, ele abaixava a varinha lentamente enquanto o boneco se movia.
– Ainda não está claro para você, humano? – o boneco esperou mais um pouco, na ansiedade de que Alvo chegasse à conclusão de sua própria pergunta, mas ao ver

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