– Ai! –
gemeu Alvo quando sentiu uma garra afiada rasgar sua meia e sua pele abrindo um
ferimento de uns cinco centímetros na altura de seu tornozelo e com a
profundidade suficiente para fazer com que uma gota de sangue escorresse pela
carne.
O animal que o atacou guinchou e saltou para
longe, esbarrando na mesa do Prof Buttermere com tamanha força que fez com que
uma ampulheta que estava repousa na mesa vibrasse.
– Dexter, seu rato idiota, o que diabos você está
fazendo aqui?! – ralhou Alvo se agachando para ver o ferimento provocado pelo
furão de Rosa. – Rato burro! Não era para você estar na torre da Grifinória?
Será que alguém pode me dizer por que esse bicho idiota me odeia tanto?!
Ao dizer essas palavras, Alvo sentiu sua mão
direita, a que segurava o boneco de cera, ficar quente, tão quente quanto
quando ele tocou na maçaneta da sala do Prof Buttermere. A cera parecia ficar
mais maleável e fervente, como carne ao fogo.
– Você me
convocou e eu respondo ao seu chamado.
Assustado, Alvo largou o homem de cera na mesa de
Buttermere e ao se dar conta do que havia acontecido com o boneco, notou que
ele havia ganhado vida e agora estava esperneando e proferindo xingamentos em
egípcio antigo.
– O-o que está acontecendo aqui? – bradou Alvo
recuando de onde largara o boneco de cera e agora, sacava sua varinha,
apontando para o boneco como se ele, Alvo, fosse um caçador com uma espingarda
e o boneco um leão faminto. – E-eu só estava brincando! A culpa é daquele
furão!
– Ai! –
ainda reclamava o boneco tentando desgrudar a face maleável da madeira da mesa.
No mesmo instante, Dexter chegou ao centro da mesa saltando do chão para a
cadeira do Prof Buttermere e desta para a mesa. Curioso, Dexter começou a
cheirá-lo como se esperasse detectar sinais de que ele seria uma presa digna de
ser seu jantar. Novamente o boneco proferiu palavras em uma língua que Alvo não
conhecia e ao ver que não surtia efeito e que os bigodes de Dexter ainda
roçavam seu corpo, ele gritou em inglês – Sua escova de sapatos velha! Eu não
sou um rato, nem uma fada nem um tronquilho! Agora, se você tem amor aos seus
bigodes, tire esse focinho imundo do meu traseiro!
Mesmo antes que Dexter pudesse reagir às ordens do
boneco de cera, Alvo o expulsou da mesa e, contragosto, o furão correu para um
canto da sala e por lá ficou envolto em seu rabo.
Para tentar acalmar o boneco, Alvo o ajudou a
desprender sua cara da mesa. Ao libertar o boneco, Alvo notou que sua face
havia ficado mais achatada do que antes, o que foi engraçado e o fez rir da
situação.
– Eu agora tenho cara de palhaço?! – reclamou o
boneco, mas logo depois ele deve ter sentido que a face estava deformada e
começou um processo para remodelar sua circunferência original. – Não
precisamos espalhar essa parte para ninguém. Nem a do furão me fungando.
– E o que
seria você? – foi a única coisa que Alvo pensou em dizer, ele abaixava a
varinha lentamente enquanto o boneco se movia.
– Ainda não está claro para
você, humano? – o boneco esperou mais um pouco, na ansiedade de que Alvo
chegasse à conclusão de sua própria pergunta, mas ao ver
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