Pela primeira vez o escaravelho vermelho não
demonstrou resistência ao feitiço. Assim que o Prof Buttermere pronunciou o
nome da maldição da tortura, o escaravelho começou a se contorcer e se debater
como se tivesse seu interior levado às chamas. A turma toda estava perplexa com
o sofrimento da criatura, que guinchava com mais força e batia com seu chifre
na mesa, tentando se libertar daquele castigo de tortura.
Por outro lado, Alvo ficou abismado com a
facilidade de o professor ter executado duas das três maldições imperdoáveis
dentro da sala de aula. Os mais horrendos feitiços já criados foram ditos no
meio de uma sala com crianças de doze anos. Aparentemente, nem mesmo Rosa ou
Escórpio pareciam ter se surpreendido ou ficado alarmados com o fato. Ambos
amigos estavam mais preocupados com o sofrimento do escaravelho vermelho e em
entender as explicações do Prof Buttermere.
Aquela foi a gota d’água. Para Alvo não havia mais
dúvidas: ele era o assassino de Amélia e dos outros.
– Professor,
– chorou Lana sem olhar para o escaravelho. Seus olhos estavam semicerrados e
pareciam próximos a transbordarem grossas e úmidas lágrimas. – já entendemos,
por favor, pare!
– Longbottom... – sussurrou o professor desviando
o olhar do escaravelho e olhando para Lana. A garota parecia também ter sido
vítima da maldição, por tabela. Era um sofrimento que a corroía, e Alvo, e
certamente o Prof Buttermere, havia percebido que ela estava perturbada com a
utilização daquele feitiço. Nada mais plausível uma vez que as vidas de seus
pais haviam sido destruídas pela utilização desta maldição em seus pais – os
avós de Lana. Perdoem-me... Acredito que todos já entenderam os princípios de
como se vencer os escaravelhos... Podem se retirar. A aula acabou. Quero para a
próxima aula uma redação sobre os feitiços que podemos usar para combater os
escaravelhos vermelhos, mas desconsiderando maldições.
Cabisbaixos e silenciosos, os alunos obedeceram às
ordens do professor e começaram a se retirar da sala. Alguns murmuravam devido
ao uso das Maldições em sala, outros questionavam o dever exigido pelo Prof
Buttermere e mais alguns reclamavam, pois preferiam continuar com a aula que,
pela primeira vez, havia fugido de sua rotina de escrita em pergaminhos.
– Srtª Longbottom eu gostaria de falar com a
senhorita uns instantes – pediu o professor sentando-se em sua cadeira e
reclinando-a alguns centímetros para trás. Lana assentiu ainda ligeiramente
perturbada, mas Alvo não deu muita importância, esperava encontrar seus amigos
para, mais uma vez, mostrar seu ponto de vista com relação ao professor, mas
não teve tempo. – E Potter também, nós precisamos esclarecer algumas coisas.
Tenso da raiz dos cabelos
até a ponta do dedão do pé, Alvo ficou estagnado a uns cinco passos da porta.
Seus olhos esbugalharam quando o professor exigiu que ele se mantivesse na sala,
uma gota de suor escorreu pelo canto esquerdo de seu rosto até se desprender da
face na altura do queixo. “O que ele
poderia querer comigo?”, se perguntava Alvo a todo instante conforme ele
girava lentamente nos tornozelos e voltava para o meio da sala. A caixa
vibrante com os escaravelhos vermelhos já não
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