domingo, 20 de outubro de 2013

O Buscador de Cera, pág 1



Capítulo Dezesseis
O Buscador de Cera
V
oltar às aulas depois de uma semana inteira de luto não foi nada fácil. Rever antigas matérias, repassar feitiços e preparar poções como se nada houvesse acontecido parecia uma afronta à memória dos mortos e também uma desmoralização com os amigos que ainda sofriam com a morte de seus colegas, entretanto essas eram as ordens e espertos eram aqueles que se adaptavam a elas.
Os professores tentavam passar a imagem de que já haviam superado todo o incidente e só pensavam nos exercícios que tinham de passar, porém quando não estavam falando e se encontravam em suas cadeiras pensando, era possível reparar que eles não estavam tão fortes e intocáveis quanto gostariam que os alunos os vissem. Durante a aula de Poções, o Prof Slughorn não parava de perder o fio das conversas que tinha com a turma e, vez ou outra, se confundia com um ingrediente ou outro de certa poção.
– Ah, é que ando muito atarefado – ele tentava se justificar pelos equívocos, mas não conseguia convencer muito bem. – Com a restauração do castelo eu tenho tido mais tarefas do que deveria. Lamento, crianças, mas logo, logo isso vai passar.
Mas tarde naquela segunda-feira após a semana de luto, Rosa contou que durante sua aula no terceiro ano de Literatura Mágica, a Profª Revalvier não conseguira continuar uma história sobre batalhas de superações, pois se lembrava de alguns dos alunos mortos e antigos amigos que haviam falecido durante a Segunda Guerra.
– Ela começou narrando como de costume – contava Rosa quanto ela, Alvo e Escórpio se encontraram depois que a menina teve Aula de Corujas e Alvo e Escórpio estavam em tempo vago. – Só que no instante em que começou a descrever esse estilo literário em especial, sobre a superação dos bruxos durante batalhas e guerras, se lembrou de muitas pessoas próximas a ela que morreram e ai caiu no choro. Eu, junto com Henrietta Pole e Pâmela Corner, levantamos de nossas cadeiras para consolá-la. Demorou uns dez minutos até que ela voltasse ao seu tom habitual. Os professores também estão chocados, espantados pela maneira como conseguiram atacar Hogwarts daqui de dentro. E não param de levantar hipóteses e desconfianças.
– Nada mais lógico a se fazer – apoiou Alvo. – E não será surpresa nenhuma se um dia um começar a botar a culpa no outro pelos ataques.
– Eu só queria saber como seria se o Prof King tivesse recordações tristes durante a aula dele e começasse a chorar – Escórpio levantou os olhos, possivelmente imaginando a cena que acabara de descrever. Um ligeiro sorriso tomou conta de seus lábios por um instante.
– Se isso acontecer eu te conto – assegurou Alvo ajeitando sua mochila sobre o ombro esquerdo. – Era na minha turma que ficava Amélia e o menino da Corvinal. King considerava Amélia uma das melhores alunas da turma. Era sempre ela quem era chamada para fazer as tarefas que ele pedia. Ela ou Sabrina... E a quantas vai a Sabrina?

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