segunda-feira, 29 de julho de 2013

Um Dia Nublado, pág 8



Deixaram a ala Hospitalar e se moveram até uns escombros que haviam sido amontoados próximos a um novo buraco do tamanho de um portal de dois metros e meio com vista para além dos terrenos de Hogwarts e para a estrada que levava ao povoado de Hogsmeade. Os entulhos mais pareciam bancos feitos de mármore reaproveitado. Alvo sentara em uma pedra que mais parecia um terço de uma coluna como as que sustentavam templos gregos, mas que havia sido cortado na diagonal por uma besta quadrada; Rosa ficara sobre uma pedra solta e Escórpio, de pé, a uns cinco paços do fim do buraco, recostado na parede destruída e coberta de fuligem.
Alvo olhava ao seu redor para aquele pedaço de Hogwarts destruído e pensara naqueles que haviam morrido devido ao ataque. Os corpos haviam sido levados para uma câmara alguns andares abaixo da enfermaria, onde também ficaram os mortos da Batalha de Hogwarts, e lá estavam protegidos por um feitiço para permanecer com a temperatura abaixo de zero. A identidade de nenhum morto fora confirmada, mas certamente, antes mesmo que os nomes fossem divulgados, toda a escola já os saberia, devido ao grande vazio, irreparável, que eles deixaram.
Vendo aquela área destruída e pensando nos mortos pelas feras de pedra animadas por alguém, Alvo não pode mais deixar-se dominar por seu orgulho, pois, como somente agora conseguia ver, amanhã poderia ser tarde demais. Quem imaginaria que Hogwarts fosse atacada por suas próprias estátuas? E quem, depois de um jogo de Quadribol de um domingo comum, suspeitaria que estaria a poucos momentos da morte?
– Sinto muito, Escórpio – disse ele sem pensar muito ou escolher bem as palavras que usava. Pegos de surpresa, Escórpio e Rosa se voltaram para ele com feições muito distintas, Malfoy surpreso com o que ouvia e Rosa, admiravelmente, orgulhosa. – Sinto muito por ter transparecido que preferia ter Ash como melhor amigo que você. Ash pode ser um bom menino, e um bom amigo também, mas acho que ele não suportaria me aturar todos os dias se necessário como você faria.
– Não, Alvo, eu é que tenho que me desculpar – Escórpio se mostrava sincero com suas palavras, mas também parecia estar tendo que digerir pregos. – Você estava certo, eu estava com ciúmes. Mas, bem... Depois que briguei com você, quis dar meia volta e fazer as pazes, mas meu orgulho me impediu de fazê-lo, e como você não quis falar mais comigo e continuou a andar com Bennett, eu achei que para você estava tudo bem e que o melhor era deixar de ser seu amigo mesmo. Os grifinórios que me aceitam não são, bem, tão legais quanto você. E como deve saber, Agamenon tem preferência pelos Malignos...
– Finalmente vocês dois se entenderam! – exclamou Rosa jogando suas mãos para cima e balançando o corpo sobre a pedra. – Não terei mais de dar duas aulas particulares em um dia só... E finalmente terei meus melhores amigos juntos novamente – completou, sorrindo, e desta forma contagiando Alvo e Escórpio que também sorriram e riram.
Mas foi apenas por um breve momento.
Durante um bom tempo os três amigos se mantiveram em um profundo silêncio. Apenas olhando para o balanço das árvores da floresta, das luzes que acendiam e apagavam nos prédios e estalagens de Hogsmeade e no fogo das tochas que

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