Conforme os três iam chegando à ala Hospitalar,
carregando Digory nos ombros, uma fedentina mais intensa de coisas podres e
carne esfolada aumentava. Não dava para tampar as narinas, caso o fizessem
poderiam perder o equilíbrio e a última coisa que queriam era derrubar Digory
naquela altura da peregrinação.
Chegar à ala Hospitalar naquele momento não devia
ser muito diferente de chegar a um posto médico em um batalhão para soldados
durante uma guerra. Havia pessoas feridas, colchas cobertas de sangue,
professores, enfermeiras, Madame Pomfrey e Sara andando de um lado ao outro
tentando estancar um ferimento ou curar uma dor intensa e muitas caras
assombrosas e tristes, de funcionários de Hogwarts, de estudantes e amigos dos
feridos e até de elfos domésticos que foram convocados para dar auxílio no
cuidado dos enfermos.
– Alguém aqui pode nos ajudar?! – Alvo berrou logo
sem querer saber da agitação da ala Hospitalar, só se interessando em arranjar
alguém que pudesse arrumar uma cama vaga para Digory e alguém que o pudesse
prestar ajuda.
– Fechem
essa cortina! – berrou Madame Pomfrey sobre o corpo muito ferido de uma
aluna que Alvo não pode ver quem era.
– Ajudem-nos, por favor! – implorou Rosa tentando
chamar mais a atenção de alguém.
– Aqui, aqui rápido! – chamou uma enfermeira que
logo ganhara a ajuda da Profª Sinistra.
Sem hesitar, Alvo e Escórpio colocaram o corpo
inerte de Digory na cama e a enfermeira começou uma série de procedimentos
médicos para analisas os primeiros socorros prestados a Digory.
– Ele não está morto, não é? – perguntou a Profª
Sinistra checando o pulso de Digory e se ele respirava.
– Não, senhora. Ele está vivo – respondeu Alvo com
a respiração acelerada. – Só está inconsciente. Bateu a cabeça com força
enquanto era arrastado por uns cães de pedra.
– Quem prestou os primeiros socorros para este
menino? – perguntou a enfermeira bastante perplexa. – Estão perfeitos! E digo
mais, foram estes curativos que salvaram a vida desta criança e o impediram de
ter a perna amputada.
– Foi Ethan Humberstone, madame, quem prestou
socorro – contou Rosa.
– Ele cicatrizou minhas feridas – relatou Alvo
apontando para o os rasgões em sua blusa.
– E colocou meu braço deslocado no lugar correto –
completou Escórpio.
– Brilhante.
– Meninos, ainda bem que estão vivos! – exclamou o
Neville saltando por entre dois elfos domésticos e abraçando os três de uma vez
só. – Quando Hanbal disse que haviam se desligado do grupo, eu... Eu não pude
deixar de pensar no pior... Nunca mais conseguiria olhar nos olhos de seus pais
se tivessem sido mortos aqui em Hogwarts, sob minha vigilância. Mas por que
diabos vocês saíram do castelo?!
–
Porque diferente do Prof Buttermere, nós não deixaríamos que um verme de pedra
fosse engolir meu primo – disse Alvo com as orelhas fumegando. – Ele deixou
Amélia Panonia sozinha contra a quimera, eu não sou como ele. Nós não somos! E investimos contra os
cães e os destruímos.
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