segunda-feira, 29 de julho de 2013

Um Dia Nublado, pág 5



Ethan não respondeu de imediato. Antes disso ele levara o mesmo lenço com bordados ao nariz e espirrou seguidamente por umas três vezes. Em seguida fungou e mais uma vez passou o lenço nas narinas para evitar que a coriza escorresse por seus lábios.
– Eu pedi a ele que viesse até o castelo para conversar sobre uns assuntos – Ethan parecia o mais propenso possível a parecer enigmático e responder a pergunta de Escórpio com menos detalhes possíveis. – Estou muito doente para ir a Hogsmeade, e o que tinha para falar com Teddy era de extrema urgência. Meu relacionamento com meus amigos não é mais como era antes, e mesmo eu ainda amando Laura como sempre amei, ainda que só tenha tido coragem para pedi-la em namoro no ano passado – sinto que estamos cada dia mais distantes um do outro.
– Você tinha que falar? – repetiu Rosa, mais uma vez muito perspicaz.
– Não cheguei a falar com ele, devido ao ataque surpresa. – ele apontou para o braço nu onde estaria a manga de seu casaco. – Quando eu notei o ataque, deixei a sala comunal para tentar encontrar Teddy ou tentar ajudar a evacuar os outros estudantes. Só que antes de encontrar Teddy eu encontrei o texugo que deveria estar na fonte da entrada do castelo. Bem... ele não é mais fraco que os cães que atacaram seu primo. Mas agora é tarde para conversar e nem estamos mais no clima para essa conversa. Acredito que todos nós teremos de ajudar a reerguer Hogwarts novamente. Cada um de sua maneira.
Ethan fungou novamente e olhou para Ted.
– Melhor levarem ele logo para a ala Hospitalar. A ferida pode infeccionar e não será bom que vocês fiquem do lado de fora por muito tempo. Logo, logo Dolohov e sua trupe devem fortificar as proteções ao redor do castelo. E todas as passagens que eles conhecem serão lacradas. Pelo menos por um tempo.
– Mas e você? – perguntou Alvo enquanto, junto com Escórpio, equilibrava o peso de Digory sobre seu ombro, assim como o Sr Dolohov e o Prof Buttermere fizeram com Foster.
– Eu disse que todas as passagem que eles conhecem serão lacradas, e não todas as que os Malignos conhecem – e deu uma piscadela para os três. – Agora vão!
Pior que carregar Digory morro acima foi ver os estragos que a luta contra as feras feitas inteiramente de pedra encantadas pelo feitiço de animação causara ao castelo. Alvo já havia visto Hogwarts destruída uma vez, quando tivera a visão de um breve momento da Batalha de Hogwarts. Verdadeiramente aquilo que se via não chegava nem aos pés do que fora a batalha, mas deveria ocupar o segundo lugar. Alguns buracos haviam sido abertos em paredes e boa parte do piso do castelo fora estraçalhado, como se gigantes e trasgos houvessem apostado uma corrida pelos corredores da escola. Havia muito sangue escorrendo pelas paredes e no chão, e a cada passo, Alvo desejava que fossem apenas ferimentos, como o dele e os de Digory, que poderiam ser curados, mas não de feridas eternas, que anunciavam o fim da vida e o início da morte.
O primeiro andar talvez tivesse sido o menos atingido, mesmo assim estava sujo de sangue em certos pontos, certamente proveniente das pessoas que eram levadas para os cuidados de Madame Pomfrey.

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