Ethan não respondeu de imediato. Antes disso ele
levara o mesmo lenço com bordados ao nariz e espirrou seguidamente por umas
três vezes. Em seguida fungou e mais uma vez passou o lenço nas narinas para
evitar que a coriza escorresse por seus lábios.
– Eu pedi a ele que viesse até o castelo para
conversar sobre uns assuntos – Ethan
parecia o mais propenso possível a parecer enigmático e responder a pergunta de
Escórpio com menos detalhes possíveis. – Estou muito doente para ir a
Hogsmeade, e o que tinha para falar com Teddy era de extrema urgência. Meu
relacionamento com meus amigos não é mais como era antes, e mesmo eu ainda
amando Laura como sempre amei, ainda que só tenha tido coragem para pedi-la em
namoro no ano passado – sinto que estamos cada dia mais distantes um do outro.
– Você tinha
que falar? – repetiu Rosa, mais uma vez muito perspicaz.
– Não cheguei a falar com ele, devido ao ataque
surpresa. – ele apontou para o braço nu onde estaria a manga de seu casaco. –
Quando eu notei o ataque, deixei a sala comunal para tentar encontrar Teddy ou
tentar ajudar a evacuar os outros estudantes. Só que antes de encontrar Teddy
eu encontrei o texugo que deveria estar na fonte da entrada do castelo. Bem...
ele não é mais fraco que os cães que atacaram seu primo. Mas agora é tarde para
conversar e nem estamos mais no clima para essa conversa. Acredito que todos
nós teremos de ajudar a reerguer Hogwarts novamente. Cada um de sua maneira.
Ethan fungou novamente e olhou para Ted.
– Melhor levarem ele logo para a ala Hospitalar. A
ferida pode infeccionar e não será bom que vocês fiquem do lado de fora por
muito tempo. Logo, logo Dolohov e sua trupe devem fortificar as proteções ao
redor do castelo. E todas as passagens que eles conhecem serão lacradas. Pelo
menos por um tempo.
– Mas e você? – perguntou Alvo enquanto, junto com
Escórpio, equilibrava o peso de Digory sobre seu ombro, assim como o Sr Dolohov
e o Prof Buttermere fizeram com Foster.
– Eu disse que todas as passagem que eles conhecem serão lacradas, e não todas as
que os Malignos conhecem – e deu uma piscadela para os três. – Agora vão!
Pior que carregar Digory morro acima foi ver os
estragos que a luta contra as feras feitas inteiramente de pedra encantadas
pelo feitiço de animação causara ao castelo. Alvo já havia visto Hogwarts
destruída uma vez, quando tivera a visão de um breve momento da Batalha de
Hogwarts. Verdadeiramente aquilo que se via não chegava nem aos pés do que fora
a batalha, mas deveria ocupar o segundo lugar. Alguns buracos haviam sido
abertos em paredes e boa parte do piso do castelo fora estraçalhado, como se
gigantes e trasgos houvessem apostado uma corrida pelos corredores da escola.
Havia muito sangue escorrendo pelas paredes e no chão, e a cada passo, Alvo
desejava que fossem apenas ferimentos, como o dele e os de Digory, que poderiam
ser curados, mas não de feridas eternas, que anunciavam o fim da vida e o
início da morte.
O primeiro andar talvez tivesse sido o menos
atingido, mesmo assim estava sujo de sangue em certos pontos, certamente
proveniente das pessoas que eram levadas para os cuidados de Madame Pomfrey.
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