segunda-feira, 29 de julho de 2013

Um Dia Nublado, pág 19



Havia sido colocada no centro do salão uma espécie de bacia de titânio com carvão em brasa que ardia uma chama que o elfo de dentes graúdos encantara para assumir uma coloração esbranquiçada como leite ou algodão. Conforme as roupas surradas dos elfos iam sendo cremadas, o ar ao seu redor assumia um cheiro de sabão em pó e detergente.
Infelizmente, alguns outros alunos (em sua grande maioria da Sonserina) haviam repetido a ação do Sr Capper e deixado o Salão Principal a julgar que a despedida dos elfos era menos importante ou interessante que a dos estudantes e de Gary. Alvo se sentiu mal por serem seus colegas a desrespeitarem Bowy e os outros dois. Rapidamente, para não perder a cerimônia ele tentou ver se algum conhecido seu estava entre os sonserinos que deixavam o salão. Viu Teseu Flint com Zabini, Vaisey, Urquhart e Warrington saindo, Erico deixando seu lugar com Birkenhead, e Rosier, Montague e Pucey saindo pelo canto direito cochichando e rindo bem baixinho. Alvo queria saber qual era o motivo da graça, pois nem uma piada muito bem contada poderia alegrar alguém que estivesse naquela cerimônia.
Ao fim da leitura do poema de Bowy a celebração terminou. Alvo saiu do salão com Escórpio, Rosa, Isaac, Agamenon, Lana e Lucas e em seguida foram se juntando com os demais que haviam se separado no início da festividade. O grupo, já completo, deixou o castelo e ficaram repousando às margens do Lago Negro, próximos de onde Alvo ficou no dia em que saiu para conversar com Jill e Lúcia.
Por lá eles se limitaram a trocar suspiros e relembrar sobre os amigos mortos. Tiago e Jason conseguiram montar com os poucos fogos de artifício que ainda tinham escondidos embaixo de seus colchões uma homenagem para seu amigo Connor. E assim ficaram até o sol baixar e o crepúsculo tomar conta de tudo.
E naquele instante, como se tivesse sido picado por uma abelha fora de órbita que acertara seu lábio superior, Alvo notou que em algum lugar da Grã-Bretanha que forças das trevas superiores a Yaxley estavam trabalhando na sarjeta. Ele esperava que o que havia acontecido na Copa Mundial fosse esclarecido pelo Ministério ou pelos aurores, mas o caso havia sido abafado. Agora houvera o ataque, e o que mais poderia haver? Iria o Ministério deixar que todos os nove morressem em vão? Pessoas terríveis estavam agindo em algum lugar, e mais sedo ou mais tarde, Alvo já tinha convicção disso, ele iria acabar se metendo em alguma aventura desagradável. E não era nada disso que ele planejava para seu segundo ano.
– Vou ter de botar “salvar o mundo” na minha agenda – brincou ele, somente quando tivera certeza de que ninguém prestava atenção nele. Sozinho, ele riu de sua piada que ninguém nunca poderia compartilhar. – Acho que vou colocar depois de “fazer os deveres de Herbologia” e antes de “estudar Poções”.

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