pais dos alunos mortos, todos se silenciaram como
um rádio que bruscamente é desligado.
Alvo não conseguiu analisar com cuidado todos os
pais dos estudantes mortos durante o ataque, entretanto ele conseguiu estudar
bem o temperamento, a fisionomia e o emocional dos parentes ligados aos
falecidos mais conhecidos por ele e que, de alguma forma, cruzaram seu caminho.
Sendo de uma maneira boa ou ruim. O pai de Capper não era um sujeito muito mais
simpático do que o filho, muito pelo contrário. Ele era seboso, frio, respondão
e ignorante, além de possuir um temperamento bastante explosivo. Quando chegara
à Hogwarts, acompanhado de sua irmã Susane que sempre o acompanhava para nutrir
a falta da esposa do Sr Capper que também falecera, ele parecia um bêbado
descontrolado pronto para começar um enfrentamento com o homem que segundo ele
era o incompetente e responsável pela morte de seu filho. Se não fossem os
outros professores a tomarem as dores do Prof King, ele teria o nariz
destroçado e alguns dentes arrancados. A Profª Crouch também foi vítima de
ataques verbais do Sr Capper, que só não manchara o nome da família da diretora
e colocara a mãe da professora no meio de seus xingamentos, pois foi agarrado
pelos braços por Hagrid que o suspendeu a um ou dois metros de distância do
chão.
Os pais de Amélia chegaram muito transtornados ao
colégio, cabisbaixos e com os olhos inchados e tanto chorarem, principalmente a
mãe de Amélia. Eles pouco falaram durante toda sua estadia no castelo, e se
recusavam a conversar com todo aquele que não fosse a diretora ou a Profª
McGonagall, a chefe da casa de Amélia. Alvo demorou um pouco para reconhecer o
pai de Amélia, mas depois que o viu sem o rosto oculto ou choroso ele o
identificou como o famoso auror de braços largos, peito estufado e musculoso e
mãos firmes capazes de arrancar a cabeça de uma manticora com dois ataques. Ele
era Elvert Panonia, ou como era conhecido por seus colegas no interior do
Quartel General dos Aurores, “Tanque de Guerra”, por seu altíssimo número de
missões bem sucedidas e seu nível quase que zerado de fracassos. Assim que o
reconhecera, Alvo entendeu porque Amélia era tão propensa a se meter em duelos
e de colocar a mão no fogo por quem ela julgava ser leal ou digno de tal
atitude. A Srª Panonia Alvo não conhecia, mas teve em mente que ela era uma
mulher de grande autocontrole e tolerância, porém que nunca imaginara chegar o
dia em que ela estaria enterrando o corpo da filha. Mesmo sendo uma adulta de
grande força emocional, a Srª Panonia se mostrava tão frágil quando um
gira-gira.
As análises feitas por Alvo sobre os pais das
vítimas tiveram de ser interrompidas quando a Profª Crouch se ergueu de sua
cadeira para iniciar seu discurso. A professora estava com seus cabelos
grisalhos escondidos por trás da orelha em um penteado elegante e charmoso, que
certamente chamaria muito mais atenção se as circunstâncias atuais fossem
diferentes. Seu vestido combinava com a angústia comum que tomara todos os
outros presentes naquela festividade de luto. Quando Crouch se encaminhou para
frente de onde estava, os poucos murmúrios que preenchiam o Salão Principal se
extinguiram imergindo o local em um doentio silêncio, cortado apenas pelo
assobio do vento do lado de fora.
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